domingo, 26 de abril de 2015

POLÍTICOS, PEDAGOGOS E TEÓLOGOS












Valter de Oliveira


Em nossos dias fica cada vez mais patente a imensa distância entre o que pensa e faz nossa “elite” e o que pensa e deseja a sociedade brasileira. Distância que aumenta a cada instante devido à cegueira daqueles que deveriam ser modelos para todos nós.

1. Os políticos brasileiros

Nossa classe política nunca foi tida como exemplar. Jânio foi famoso pela vassourinha. Pretendia varrer todo o lixo de nossa vida pública. Seu empenho durou sete meses. De lá para cá, com democracia ou sem democracia, ela parece procurar bater o recorde de incompetência e corrupção. (1)

De março para cá milhões saíram às ruas indignados com o que vem acontecendo na política em nosso país. É verdade que a mira principal é o PT e o desgoverno de Dilma Rousseff. Mas há também indignação contra uma oposição medíocre - e também imersa na corrupção – que nada apresenta de sério para combater o mal e satisfazer aos legítimos anseios da sociedade.

Queremos uma verdadeira reforma política que permita aos eleitores conhecer os objetivos dos partidos políticos e de seus candidatos. Reforma que nos permita fiscalizar e punir – por exemplo através do recall – àqueles que foram infiéis às suas promessas políticas ou se dedicaram à corrupção.

O que propõe o PT e seus aliados (incluindo a CNBB): uma reforma política que nos faria ainda mais reféns da oligarquia.

A sociedade quer transparência. O governo camufla suas intenções e atitudes, manipula a propaganda, admite ter o direito de segredo sobre a atuação do BNDES e outros organismos governamentais.

A sociedade quer rigor contra toda a forma de crime. Com a justa punição para maiores ou menores.

O que faz o governo, seus aliados e até membros da “oposição”: apoiam um novo código penal ainda mais permissivo.

A sociedade há muito clama por uma reforma fiscal e tributária eficaz, séria, democrática.
A classe política desconversa, empurra com a barriga, aumenta os impostos e descuida de tudo o que é essencial para a população. A começar por educação, saúde, segurança e justiça.

A sociedade tem direito à educação de qualidade. Pública e privada.

O governo atual em primeiro lugar e a classe política, procuram ganhar dividendos propiciando bolsas de estudos para alunos que tiveram má formação básica, fingem que não sabem que a reforma educacional tem que começar do fundamental. Para piorar criaram uma legislação permissiva que prejudica os professores e os bons alunos. Maus alunos ofendem e até agridem. Nada acontece. Os governantes, da esfera federal, estadual e municipal, em nome da inclusão, propagam obstinadamente a incompetência e marginalizam a grande maioria, que deveria estar apta a participar de um mundo cada vez mais globalizado.

A lista é longa. Deixo para ampliá-la em outra ocasião.

2. Os pedagogos

Por definição pedagogos são aqueles que sabem conduzir crianças e jovens aos objetivos específicos da educação.

Nesse ponto nossa sociedade está à deriva. Poucos sabem o que seja realmente educar. Para isso é necessário ter uma correta visão antropológica do homem. A atual ideologia da maior parte de nossos pedagogos impede isso.

De qualquer modo, ainda que intuitivamente, sabemos que as coisas não podem ficar como está. Afinal, nosso nível educacional, é dos piores do mundo, conforme atestam os testes internacionais. Na esfera pública e privada. Isso apesar de sermos, reconhecidamente, um dos povos mais inteligentes do mundo.

Nossos cursos de pedagogia – como disse a profª Eunice Duran – dão teoria de má qualidade, com frequência no viés socializante, nem conseguem ser praticadas nas escolas. O construtivismo, defendido obtusa e dogmaticamente, é pouco compreendido e aplicado.  Há as eternas críticas às cartilhas do passado e ao método fonético (esquecem que as melhores cabeças do passado foram alfabetizadas assim). Sobretudo negam-se a ver o que a moderna neurologia fala do assunto. O resultado é que os alunos mais competentes – excetuando almas idealistas e abnegadas - fogem da carreira docente. É mais do que sabido que em breve teremos pouquíssimos professores da área de exatas. Também já faltam os de geografia.

Desde que comecei a ensinar vejo a decadência de nossas escolas. Alguém acorda? Não. Insistem nos mesmos erros e os aprofundam. Com o apoio dos governos, a irreflexão dos sindicatos, a superficialidade da mídia, a falta de sério compromisso das universidades com a educação, a apatia de muitos alunos, e a desesperança de boa parte dos professores.

3. Os teólogos

A teologia existe para nos ajudar a aprofundar em nossa fé, conhecer melhor a Deus e a amá-Lo acima de todas as coisas. Basta ler S. Agostinho ou S. Tomás, ou ainda, a grande S. Teresa de Ávila.

No passado, graças a esses teólogos e a grande número de santos, o povo tinha contato com homens e mulheres de virtudes fulgurantes. Era ensinado, pela palavra e pelo exemplo, a cumprir a vontade de Deus na Terra através de uma vida digna, o que implicava na construção de uma sociedade o quanto possível perfeita, mas sem deixar de levar em conta as consequências do pecado original. Não se fazia um divórcio entre a virtude individual e a responsabilidade de cristianizar o mundo. Sabia-se que uma sociedade mais justa seria realizada se não houvesse, ao mesmo tempo, um sério amor ao próximo. “Se não és capaz de amar a quem vês, como amarás ao Deus que não vês? ”

Hoje as coisas mudaram. Os teólogos da chamada linha progressista já não se preocupam com o pecado individual, só com o social. Tampouco dão importância ao Credo, à doutrina, à moral. Quem se preocupa com isso passou a ser taxado de fundamentalista. Os novos teólogos se empenham em destruir o capitalismo (para eles um dos maiores males do mundo) e em construir o Paraíso na Terra. É a Teologia da Libertação.

Acontece que o homem comum, na cidade ou na aldeia indígena, tem sede de Deus (fruto de uma graça concedida a todos). Quer saber quem foi Cristo, que morreu por nós. Quer vida de piedade, de oração, de reparação, de generosidade. Quer um trato íntimo com nosso Pai. Este homem, talvez sem o saber, está seguindo as palavras de Cristo: “Procurai em primeiro lugar o reino de Deus e sua Justiça e tudo o mais vos será dado por acréscimo”.

O teólogo progressista não está preocupado com nossa fome de Deus. Ele nos julga egoístas. A grande realidade é mudar o mundo rumo ao socialismo. Quem assim quer ser, é bom cristão. Quem não o quer...

É verdade que o “douto” teólogo fala em caridade, acolhimento, misericórdia. Nesse sentido, contrariando a Cristo (2), ele praticamente quer dar cidadania a todos os pecados que ferem o 6º mandamento – o adultério, a prostituição, a homossexualidade – e o quinto, como o aborto e a eutanásia. Já temos hoje, conforme suas pastorais misericordiosas, missas gays. O título já é escandaloso. No futuro, quem sabe, poderemos ter uma missa dos traficantes,  dos corruptos e dos pedófilos...

Tudo isso na contramão do que pedem e desejam os fiéis católicos.

Conclusão:

Um ponto comum que há entre todos eles: a negação obstinada da verdade. “O país vai bem, obrigado, nunca como no governo do PT se fez tanto pelo povo”. “A educação não melhora por causa das elites e da educação bancária”. Os pedagogos asseguram-nos, que se fizermos o que propõem, – incluindo a acolhida à ideologia de gênero - tudo ficará melhor. Já o teólogo progressista, tão feliz em ver a abertura (3) da Igreja para o mundo, tão empenhado em mudar tudo, assegura-nos na mídia (não em seus escritos) que ninguém quer mudar a doutrina. Só querem mudanças pastorais...

Você acredita?

1. Na TV a cabo há uma série chamada o índice da maldade. Talvez seja o caso de fazer uma similar: “O índice da corrupção e da incompetência”. O PT está ganhando...

2. Cristo disse ao jovem rico depois que este disse que praticava os mandamentos: “Então, se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres, renuncia a ti mesmo, carregue a tua cruz e siga-me”.
O teólogo progressista não está preocupado com os mandamentos. Suas homilias – quando é padre – são sempre genéricas. Ele defende o “Amor”.  Não insiste na prática dos mandamentos como necessários para alcançarmos a vida eterna. Assim, ele simplesmente não ama o pecador. Quer acolhe-lo com o seu pecado. Na sua visão, nossos movimentos sociais são profundamente cristãos porque lutam por um mundo melhor. Se você mostrar que todos eles já se pronunciaram favoravelmente a toda a agenda gay, ao aborto, à violação de direitos humanos por parte de governos de esquerda ele não dará importância. Estariam no caminho certo por lutar pelo socialismo.

Tais teólogos acreditam que estão próximos de uma grande vitória. Sabem que têm apoio de amplos setores da alta hierarquia da Igreja. Isso os faz caminhar altivamente, tirando as máscaras. Para nós resta um consolo: Ficará cada vez mais claro que eles não pertencem à Igreja de Cristo.


3. Existe uma desejável abertura para o mundo. Não é a deles que implica na negação dos mais profundos valores cristãos.

domingo, 29 de março de 2015

NELSON RODRIGUES, DELFIM NETO, ECONOMIA E A MINISSAIA. E A DILMA?










Valter de Oliveira

Ontem estava conversando com meu filho Marcelo e, lá pelas tantas, perguntei se ele gostava de literatura. Ele me olhou, deu um sorrisinho e deixou escapar: “Literatura” ... Logo vi que não adiantaria falar de Guimarães Rosa, Eça de Queiroz ou Machado de Assis. Ocorreu-me perguntar se ele conhecia Nelson Rodrigues. Não, não conhecia. Fui na estante, procurei um pouquinho e achei o único livro dele que tenho em casa: “O reacionário, memórias e confissões”. Li para ele partes de uma crônica. Gostou. Se vai ler depois, só Deus sabe.

Terminada a conversa continuei a folhear o livro e a fazer breves leituras. Lá pelas tantas encontrei a crônica: “A influência da minissaia nas leis da economia”.  Impagável. Vejam o que diz nosso Nelson:

“(...) acabo de ler um artigo admirável do ministro Delfim Neto. Que página lúcida, aguda, exata de economia!

“(...) Ah! Quando leio o nosso ministro da Fazenda, estou sempre pensando, ralado de frustração: “Eis um economista”. Voltando ao seu artigo. Que diz o caro Delfim Netto? Se bem o entendi, diz que a causa da crise, na indústria de tecidos, é a minissaia. Só estou imaginando a perplexidade amarga do leitor. Minissaia? Pode parecer, aos menos informados, que se trata de uma opinião de costureiro. Absolutamente. Fala o economista.

Por que está mal a indústria? Segundo Delfim Netto, porque as mulheres compram menos fazenda. E ele o afirma usando critérios científicos e exatos. Vocês entendem? Para nós, profanos, analfabetos natos em economia, a minissaia tem várias consequências, inclusive esta: - quem a usa não pode sentar-se. Reparem como caiu o número das mulheres sentadas. A minissaia envolve também o problema do pudor. Dirá alguém que o pudor é algo tão antigo, fenecido, espectral como o primeiro espartilho de Sarah Bernhardt. Mas vem o economista e explica: - a sorte de uma indústria depende da saia que sobe ou da saia que desce. Se sobe dois palmos, um palmo e meio, há falências, desemprego, miséria. Os industriais estouram os miolos; e os operários têm que estender o pires à frívola e distraída caridade pública. Agora a outra hipótese: - se, inversamente, a saia desce, cessa a “Grande Depressão”, jorra a abundância, o operário pode jogar nos cavalos, é uma euforia de homens mulheres e crianças. O patrão pode dar à mulher jóias de 500 milhões de cruzeiros antigos.

Quando acabei de ler o artigo (...) liguei para todos os telefones do Silveirinha (...). Queria perguntar-lhe: - “Silveirinha, tudo é assim tão simples?”. Custava crer que o circunstancial tivesse tal influência nas leis da economia. Será que as crises que abalam o país têm pretextos tão irrelevantes? Por outro lado não me parecia correto que a economia tivesse a simplicidade transparente que lhe atribuía o nosso Delfim. (...).

Voltei, então, ao ministerial artigo. Reli-o da primeira à última linha. E, novamente, instalou-se em mim o puro horror.

É que, em dado momento, o articulista explica por que estão caindo as vendas de sapatos. Eu podia imaginar todas as razões, secretas, inconfessas ou ostensivas, menos as que o nosso ministro insinua. Imaginem que compramos menos sapatos porque compramos mais automóveis.

O leitor há de pensar que leu mal. Não. Leu certo. É o que afirma Delfim Netto. Ficamos sabendo que há também uma crise de sapatos. E pior: - o brasileiro está no seguinte e crudelíssimo dilema: - ou compra sapatos ou compra automóveis. Caso prefira o carro, tem que andar descalço. Eu posso imaginar a cena. O brasileiro raspa todas as economias e vai à agência de automóvel. Chega lá, adquire um Galaxie inenarrável. No seu interior há cascata artificial, com filhotes de jacaré. (...). (1)

Quando terminei de ler a crônica pensei: e a Dilma?

A Dilma aprendeu com o Delfim.

Vocês repararam que após um ostracismo de dois meses ela reapareceu? Apareceu falando de diálogo e democracia. Apareceu toda sorridente, toda pimpona. E, centralizadora, como sempre, resolveu falar também de economia. Como o Delfim, que agora é assessor dela, e do PT.

Estamos em crise? Não, não. Isso é discurso da oposição. Estamos necessitando apenas fazer alguns reajustes. Se houve erro, ou melhor, falha. Foi só por excesso de amor.

Amor?

Claro. Veja o raciocínio delfiniano: - na crise de 2008 Dilma tinha que salvar o emprego dos brasileiros. Outros teriam jogado os trabalhadores na rua. O coração de Dilma não poderia permitir tal desgraça. Tínhamos reservas, tínhamos um bom caixa. Gastamos, gastamos, gastamos e salvamos o povo. Agora, não dá mais. Mamãe Dilma diz que gastou conosco tudo o que era necessário e um pouco mais. Agora é nossa vez de fazermos sacrifícios. Por pouco tempo.

Mensalão, Petrolão, excesso de gastos governamentais, incompetência, são mentiras implantadas na mídia pelo imperialismo internacional e pelos brasileiros que promovem o ódio.

Mamãe Dilma, mais uma vez pede nossa confiança e um pouco de sacrifício.
Acreditemos. E seremos felizes para sempre.



domingo, 11 de janeiro de 2015

“CHARLIE HEBDO” E O TERRORISMO


A liberdade errada, a falsa justiça e o desprezo pelo homem.













Valter de Oliveira


A França, o Ocidente,  e as pessoas de bem de todo o mundo sentiram indignação e horror perante os brutais assassinatos de jornalistas franceses executados por extremistas islâmicos.

Hoje os assassinos foram mortos. Levaram consigo mais quatro reféns. No total foram dezesseis, mais os feridos.

A repercussão tem sido enorme. Franceses saíram às ruas com cartazes desafiadores onde escreveram: “Eu sou Charlie”. Como quem diz: “quer me matar também? Não tenho medo”
A grande mídia ressaltou a defesa da liberdade de imprensa. Políticos, filósofos, historiadores também ressaltaram a importância da mídia no mundo ocidental. Seria um de nossos principais valores e alicerce de nossa democracia.

Na opinião da grande maioria a liberdade de imprensa é absoluta, ilimitada. Daí seu direito – no domínio do humor jornalístico – satirizar a respeito de tudo e de todos. 

Reinaldo Azevedo, por exemplo, com quem comungo bom número de ideias, considera que temos todo o direito de satirizar do islamismo bem como de qualquer religião. Ele, como católico, diz que ainda que não goste quando satirizam a Virgem Maria e a consideram uma mulher qualquer (para ser delicado) sabe democraticamente aceitar o direito de crítica dos outros.

Ora, essa é uma visão totalmente distorcida do direito da mídia, é uma visão conforme o liberalismo radical. 

No Ocidente já estamos habituados com certos tipos de humor e sátira  contra pessoas, instituições e até Deus. 

Entretanto também sabemos que há críticas que ferem direitos fundamentais e que atingem o que há de mais profundo no homem. Ou seja, os meios de comunicação, assim como toda atividade humana, têm que levar em conta os princípios éticos. Não há exceções quanto a isso. 

O jornalista não pode ser alheio à verdade. Tampouco tem o direito de atingir a honra e a reputação de pessoas e instituições. Tanto é assim que a própria democracia – na medida em que é verdadeira – permite que as pessoas atingidas de forma desleal processem quem as desrespeita. 

Neste sentido lemos alguns artigos que lembraram que a liberdade de expressão deve ser usada com critério. Um jornalista inglês, Tony Barber, editor para a Europa do “Financial Times” chegou a escrever que “algum bom senso seria útil a publicações como Charlie Hebdo ou “Jyllands-Posten” da Dinamarca, que se propõem a ser um instrumento da liberdade quando provocam os muçulmanos, mas que estão, na verdade, sendo apenas estúpidos”. 

O jornalista corretamente diz que isso não é dito para “desculpar os assassinos, que têm de ser pegos e punidos”. Isso não o livrou de duríssima crítica de um jornalista brasileiro (que em geral defende causas corretas) que o considerou “um vagabundo moral” e “terrorista” que no fundo seria um adversário da liberdade de expressão!

Nem de longe. Quem errou foi nosso jornalista brasileiro que, neste ponto agiu como um liberal radical ou um  anarquista libertário. Defende com todas as letras a liberdade absoluta da mídia como essencial à democracia e ainda insiste que o Financial Times não deveria ter publicado o artigo de Barber. Contradição? pergunta ele. Não, responde. É que "não deve haver liberdade para os inimigos da liberdade!"....

Nosso brasileiro esqueceu que toda liberdade está ligada à responsabilidade. Se ultrapasso os limites da ética e da lei posso ser responsabilizado e, eventualmente, até punido por isso. Também dentro dos limites da lei e da ética.

Quando uma publicação como “Charlie Hebdo” satiriza de forma hedionda a Bíblia e o Corão, Cristo e Maomé, A Virgem Maria ou a Rainha da Inglaterra, A Santíssima Trindade ou Alá não exerce liberdade de expressão. Simplesmente abusa dela. Passa a exercer um nefando bullying cultural.

Como dissemos, quando não respeitamos a intimidade, os valores, as legítimas crenças do ser humano, é este que é vilipendiado.

Quando se reage por fanatismo eliminando vidas, como no caso do pérfido assassinato dos jornalistas com o pretexto de vingar injustiças e defender o Islã, é de novo o ser humano que é desprezado e destruído. É a vida, nosso direito humano fundamental – sem a qual os outros são irrealizáveis – que é descartada.

No encontro do liberalismo radical com o fanatismo extremista temos um ósculo de morte. Ambos cometem o mesmo erro antropológico. Não entendem o que realmente é o ser humano e seu destino transcendente. Por isso mesmo são incapazes de entender e amar a imensa dignidade do ser humano.

Por isso tudo não sou Charlie. Menos ainda fundamentalista.

Que Deus tenha piedade deles. E de todos nós.



Nota: 

Foi anunciado que vários chefes de Estado irão comparecer à França para participar de cerimônia em honra dos jornalistas barbaramente assassinados. Será também uma reunião pró-imprensa livre, democracia e direitos humanos. Muito justo. Só não entendo porque já não fizeram isso antes já que 100.000 cristãos são executados por terroristas e governos criminosos em todo o mundo. A vida de tantos mártires vale tão pouco?