segunda-feira, 9 de novembro de 2009


A QUEDA DO MURO DE BERLIM E O ERRO ESSENCIAL DO SOCIALISMO






Valter de Oliveira


1972. Recife, bairro da Boa Vista. Na casa onde morava fazia uma apresentação de slides – a alunos e amigos – sobre o totalitarismo nazista. Em certo instante, diante de uma foto que dava uma imensa impressão de força do regime nazista, comentei: -“Não é impressionante? Quem acreditaria naquela época que em pouco mais de dez anos todo aquele poder seria reduzido a pó?”

Um jovem ao meu lado, exclamou: -“É mesmo! Isso parecia indestrutível”.

Complementei: “O mesmo vai acontecer com o totalitarismo socialista marxista”.

17 anos depois caiu o muro de Berlim. E logo tivemos o desmoronamento do chamado socialismo real.

Quando fiz minhas observações era ainda um jovem estudante de História. Sabia apenas o essencial sobre certas características do ser humano. Características que nascem da natureza humana tal como feita por Deus. E que nenhum ideólogo ou regime político conseguirá destruir.


Nazistas e marxistas jamais respeitaram o direito natural. Sempre consideraram a vida humana descartável. Em nome da raça e da classe, como diz Paul Johnson, pregaram – e pregam – que inocentes podem ser eliminados pelo Estado. Ou pelos sequazes de suas ideologias.

Quem se acha no direito de matar também julga que pode escravizar. É o que ensina o guia infalível: o Partido. Tendo em vista um bem maior: a sociedade futura perfeita, milenarista, igualitária, criada pelos “engenheiros sociais”, por homens que dizem que conhecem a história; que tratam seres humanos como se fossem peças de lego, sem vontade própria, sem liberdade. A liberdade que nós afirmamos ser um direito inalienável, o mais nobre atributo do ser humano, eles afirmam que é a pseudo-liberdade burguesa. Pura ideologia. Nós é que somos ingênuos, ou bobos, e não vemos que nos tornamos alienados. Pior ainda se alguns de nós formos da minoria exploradora, que usa as palavras liberdade e democracia para explorar as camadas inferiores.

Esses engenheiros totalitários, com suas teorias científicas de raça e classe, sabem tudo. Dizem que querem nos ajudar. Nessa ajuda incluíram Dachau e Auschwitz, os Gulags e os campos de extermínio de Pol Pot. E a gélida brutalidade do Muro de Berlim. E não têm remorsos em ter produzido cem milhões de vítimas...

Qual a gênese desses erros que levaram a humanidade à barbárie? João Paulo II responde na Centesimus Annus, quando trata da queda do socialismo real: “(...) é preciso acrescentar que o erro fundamental do socialismo é de caráter antropológico. De fato, ele considera cada homem simplesmente como um elemento e uma molécula do organismo social, de tal modo que o bem do indivíduo aparece totalmente subordinado ao funcionamento do mecanismo econômico-social, enquanto, por outro lado, defende que esse mesmo bem se pode realizar prescindindo da livre opção, da sua única e exclusiva decisão responsável em face do bem ou do mal. O homem é reduzido a uma série de relações sociais e desaparece o conceito de pessoa como sujeito autônomo de decisão moral, que constrói, através dessa decisão, o ordenamento social. Desta errada concepção de pessoa, deriva a distorção do direito, que define o âmbito do exercício da liberdade, bem como a oposição à propriedade privada”. (C.A.13). O Papa completa que o erro do socialismo sobre o homem nasce do ateísmo que leva à escolha de meios de ação condenáveis, como a luta de classes (C.A. 13,14) e à instilação do ódio entre os homens. “(...) o ódio e a injustiça só se apoderam de Nações inteiras, e fazem-nas entrar em ação, quando são legitimados e organizados por ideologias que se fundamentam mais no ódio e na injustiça do que na verdade do homem.” (C.A. 14;17)


O muro de Berlim caiu porque décadas de opressão não conseguiram mudar, ou destruir a natureza humana. Os que viviam além da cortina de ferro sentiram na carne essa verdade. Sofreram o inimaginável e resistiram. Merecem nossa homenagem.

Lamentavelmente as viúvas de Marx não tiraram as verdadeiras lições do episódio. Se o tivessem feito não seriam mais marxistas.

Obstinam-se em apontar defeitos só no capitalismo e na globalização. Continuam a sonhar e a lutar pela utopia. Contra a verdade, contra a liberdade, contra o homem.

9 de novembro foi um dia triste para todos eles. Para nós – e, certamente para todos os defensores da dignidade humana - foi um dia de gáudio e de festa. Tanto quanto o dia da derrota final do socialismo nazista na Segunda Guerra. Mereceria um “Te Deum” por toda a face da Terra.

Do outro lado do muro existe alguém como você


O Muro de Berlim Auge e Queda 1961-1989



Créditos para History Channel