quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

EXPERIÊNCIAS SOCIALISTAS: EM SALA DE AULA E NO CAMPO



Valter de Oliveira


Recebi de um amigo, por e-mail, o texto que segue. Trata-se de uma experiência "socialista".


1. UM EXPERIMENTO SOCIALISTA EM SALA DE AULA

Um professor de economia na universidade Texas Tech disse que ele nunca reprovou um só aluno antes, mas tinha, uma vez, reprovado uma classe inteira. Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e “justo”.

O professor então disse, "Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas."
Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam "justas". Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um "A".

Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.

Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como um resultado, a segunda média das provas foi "D". Ninguém gostou.

Depois da terceira prova, a média geral foi um "F".

As notas não voltaram a patamares mais altos mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por "justiça" dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram o ano. Para sua total surpresa.

O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque ele foi baseado no menor esforço possível da parte de seus participantes. Preguiça e mágoas foi seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual o experimento tinha começado.

"Quando a recompensa é grande", ele disse, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós."

Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável.

"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém. Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a.”

Adrian Rogers, 1931


2. EXPERIMENTO SOCIALISTA NO CAMPO


Sei que alguém pode dizer que as informações que recebemos via internet são difíceis de ser checadas. Nesse sentido alguém poderia duvidar da veracidade da experiência realizada pelo professor da Universidade do Texas.

Acontece que a experiência feita pelo professor obteve o mesmo resultado da experiência do chamado socialismo real, ou seja, nos países Alinhar à direitasocialistas o trabalho coletivo rendia menos que o trabalho individual. Jorge Lojacono, em sua obra “O marxismo (1), cita fontes soviéticas que mostram que a produtividade por hectare na Rússia, em 1929 eram inferiores àquelas de 1913, antes da Revolução.

Citando várias fontes ele faz a seguinte comparação entre a manutenção agrícola privada e a coletiva na antiga URSS.

"a) Nos Kolkhozes (2) concede-se a toda família camponesa cultivar como “pedaço particular” um quarto ou um terço de hectare.

1. Tais terrenos de manutenção particular constituem apenas 2,8% do terreno cultivado na URSS (Revista Soviética,março de 1964, p. 64).

2. É claro que eles deveriam dar, na justa proporção, menos de 3% de todos os produtos agrícolas da URSS.
3. Entretanto, eles rendem (em 1959) conforme relatório da FAO:

- batatas: 60% de toda a colheita nacional.
- ovos: 80% de toda a colheita nacional.
- verduras: 40% de toda a colheita nacional.
- carne: 47% de toda a colheita nacional.
- leite: 50% de toda a colheita nacional."


O autor mostra o fracasso da agricultura coletivizada nos antigos países socialistas do leste europeu.

A Coréia do Norte, é outro país onde a experiência coletivista foi catastrófica. Na última grande fome ocorrida no país, houve um número enorme de mortos. Nossa imprensa pouco comentou...

Eis aí uma simples lição da História. Lição para muitos iludidos. Lição para o MST e seus simpatizantes...



Notas:

1. LOJACONO, Jorge. O Marxismo. São Paulo, Paulinas, 1968

2. Após a Revolução de 1917 foi feita uma distribuição de propriedade rural na Rússia. Com a NEP (Nova Política Econômica) de Lenin, foi feita uma reabertura para a iniciativa privada. Incentivados, pequenos agricultores voltaram a intensificar a produção e os abastecimentos melhoraram.
Stalin pôs termo à NEP e resolveu nacionalizar totalmente a economia. Surgia a economia planificada. Em menos de um ano a classe dos kulaks (camponeses que haviam progredido) foi eliminada.
Todos os agricultores perderam suas terras e tiveram que trabalhar em sovkhozes (propriedades agrícolas do Estado) e kolkhozes (cooperativas de camponeses). Houve resistência (não havia sido prometida terra aos camponeses?). O resultado foi desastroso. Houve terrível período de fome entre 1932 e 33. Grande número de camponeses foram deportados para a Sibéria.

Diz Victor Serge, em “Memórias de um revolucionário”: “Um sábio russo, Proopovitch, efetuou um cálculo, segundo as estatísticas oficiais soviéticas: Em sete anos, perto de cinco milhões de famílias terão desaparecido”. (in DINIZ, Maria Emilia et allii. História 9. Lisboa, Editorial o Livro s/d).

Outra lição para quem acha que o MST só quer distribuir lotes individuais...



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