segunda-feira, 5 de outubro de 2009

APELO ÀS ESCOLAS CRISTÃS



Valter de Oliveira



Em 1988, quando foi aprovada nossa atual Constituição, comentei com um amigo, presbiteriano, que ficara muito preocupado com a inclusão da palavra “discriminação” em nosso texto constitucional. E expliquei: “é uma brecha para a defesa do homossexualismo e outras desordens morais. Melhor seria o termo: "discriminação injusta".


Meu amigo, e outros com quem conversei na ocasião, olharam-me surpresos. Alguns chegaram a dizer que a palavra não seria interpretada daquele modo. Seria falta de senso. Não me lembro se me aconselharam a não ficar preocupado...


Passados vinte anos a esquerda gramsciana e os liberalóides hedonistas pregam e aceitam toda forma de aberração moral. Mais do que isso, em nome de um pretenso progresso dos costumes e da sociedade defendem o casamento homossexual. E foram mais longe: não contentes em afirmar que condutas que ferem a lei natural são simples opções aceitáveis, querem punir com a força da lei quem critica tais comportamentos. É a chamada lei da homofobia já promulgada em alguns países e que o Senado pode aprovar no Brasil.


Todo esse processo, desnecessário dizer, é orquestrado por ONGs e partidos políticos com o apoio entusiástico da grande mídia, especialmente através das novelas. Cresce o patrulhamento ideológico de grupos “libertários” e a pressão de órgãos governamentais.


A luta ideológica faz parte da democracia contemporânea. Está em nossa Constituição e na Declaração Universal dos Direitos da ONU o direito à liberdade de expressão. O que não é respeitado pelos promotores da lei da homofobia que querem calar, atemorizar e punir quem não pensa como eles.


Do lado de quem defende a lei natural e/ou os princípios da moral judaico-cristã cabe lutar por seus valores mantendo-se fiéis aos valores éticos. Sem ingenuidade e sem temor.


Digo isso porque tem aumentado enormemente o número de instituições de ensino cristãs que, ingenuamente, promovem palestras sobre a questão de gênero e nas quais apresentam a visão do governo sobre o tema. Sem debate sério. Sem defesa dos valores cristãos. Tudo colocado como quem vende automóvel: mostram-se as qualidades do carro japonês, do americano, do coreano, do russo... Todos bons!...


Não é assim que se discutem os grandes problemas éticos.


Nos ambientes que se afirmam cristãos, mas que perderam autenticidade, tudo é permitido: a defesa da devassidão, a propagação da cultura da morte pela apologia do aborto, a perseguição a alunos e professores que não se curvam diante do politicamente correto.

Pior é ver em bons ambientes cristãos o receio, ou o medo, de enfrentar a maré relativista.

O que temem? Processos? Ainda vivemos em uma sociedade que afirma a existência do Estado de Direito. Ou vamos esperar que os inimigos da lei natural e do cristianismo tornem-se ainda mais fortes para só então tentarmos nos defender?


Escolas cristãs foram criadas para defender e propagar a Fé e a caridade. Sem contemporizações, sem medo, sem relativismo. Só assim contribuem para que haja uma civilização verdadeiramente humana.


Essa luta é uma obrigação de todos nós. Luta e destemor necessários, e tão bem retratados, no artigo de João Paulo II que publicamos hoje no blog Claraval. www.claravalcister.blogspot.com