sábado, 30 de outubro de 2010

PROMESSAS DO PRESIDENTE LULA







Podemos confiar nelas?





Valter de Oliveira


Nosso presidente é um homem curioso. Loquaz, espontâneo, tem o dom de convencer muitos de seus ouvintes. Também adora fustigar veementemente o que afirma ser hipocrisia de quem o critica. Vocês se lembram quando ele afirmou que em nosso país não há ninguém mais ético do que ele?

Passemos dos “papos” aos fatos.

A questão da liberalização do aborto não é de hoje. Lula, como a candidata Dilma, se diz católico e pessoalmente contra o aborto. E jura que diz a verdade.

Carta do presidente a todos os bispos do Brasil - 8 de agosto de 2005


“Reafirmo nosso compromisso com a afirmação da dignidade humana em todos os momentos e circunstâncias e com a rigorosa proteção do direito dos indefesos. Nesse sentido quero, pela minha identificação com os valores do Evangelho, e pela fé que recebi de minha mãe, reafirmar minha posição em defesa da vida em todos os seus aspectos e em todo o seu alcance. Nosso governo não tomará nenhuma iniciativa que contradiga os princípios cristãos, como expressamente mencionei no Palácio do Planalto”.

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil (1)

A promessa de Lula foi cumprida?


1. No mesmo mês de agosto o presidente enviou carta à ONU reconhecendo a prática do aborto como direito humano... (ver p. 30 do documento da Comissão em Defesa da Vida da regional sul 1. da CNBB com a citação da carta de nosso governo)

2. Em 27 de setembro de 2005, através da Secretaria Especial de Política das Mulheres, o atual governo apresentou ao Congresso um substitutivo do PL 1135/91 com o objetivo de liberalizar o aborto contradizendo tudo o que havia sido afirmado pouco antes sob juramento...

3. Documentos de 2006 e 2007 reiteram o apoio do governo e do PT à causa pró-aborto. Pior: o 3º Congresso Nacional do PT (de 31 de agosto a 2 de setembro confirma o empenho do partido nesse sentido afirmando que a resolução tem caráter obrigatório para todos os membros do PT. Como diz o texto da Comissão de Defesa da Vida: “Ninguém,portanto, a partir de setembro de 2007, pode candidatar-se pelo PT sem estar de acordo com a descriminação do aborto”.

A situação mudou com a atual eleição?



Nem um pouco. As declarações de Lula, Dilma e do PT só enganam a quem, misteriosamente, nega sistematicamente a verdade. E aqui não estamos a julgar a consciência de ninguém. Estamos expondo fatos. Entre eles publicamos o texto do Diário Oficial da União (2) com financiamento governamental a entidade que tem por objetivo descriminalizar o aborto.

Triste, senhor presidente, muito triste. Que nome o sr. daria a tal tipo de atitude?


Notas

1. fonte: Contextualização da Defesa da Vida no Brasil. Como foi planejada a introdução da cultura da morte no país. Comissão em Defesa da Vida da Diocese de Guarulhos, Comissão em Defesa da Vida da Diocese de Taubaté, Membros da Comissão em Defesa da Vida da Regional Sul-1 da CNBB, p. 37,38. Ver em:


RECOMENDAMOS VIVAMENTE A LEITURA DESSE PRECIOSÍSSIMO DOCUMENTO.


2. Ver artigo no site mundoemfoco: Governo Federal contrata assessoria para legalizar aborto no Brasil



Para mais informações sobre o assunto leia





sábado, 16 de outubro de 2010

EM DEFESA DE D. ALDO
CARTA ABERTA AOS MOVIMENTOS SOCIAIS DA PARAÍBA

Prezados senhores dirigentes dos movimentos sociais da Paraíba

Saudações

Li o manifesto dos senhores de repúdio a D. Aldo Pagotto. Apesar de conhecer a ousadia de alguns movimentos sociais não imaginei que chegassem ao extremo de pedir a repreensão de um arcebispo da Igreja Católica por discordar dos senhores em pontos específicos de política e economia. Vejamos algumas acusações:

1. D. Aldo é acusado de agir “em desacordo com as orientações pastorais da própria CNBB – desacata inclusive orientações de dioceses da Paraíba”

Resposta

1. Como ensina o cardeal Ratzinger a CNBB – por mais méritos que possa ter em sua atuação, é um organismo burocrático, não faz parte da estrutura docente da Igreja. O bispo, senhor de sua diocese, responsável por seus fiéis diante de Deus, não tem nenhuma obrigação jurídica ou moral de seguir um posicionamento da CNBB que ele, em sua consciência, julga não estar correto, quer técnica, quer doutrinariamente.

2. Conforme a doutrina católica o princípio da colegialidade não impõe a nenhum bispo a obrigação de seguir a orientação de prelados de outras dioceses. “Os bispos são, cada um por si mesmo, princípio e fundamento da unidade nas suas igrejas particulares” (LG 23). O poder que possuem “é um poder próprio, ordinário e imediato”. (LG 27). (1).Ele deve estar em união com o Papa e em conformidade com o magistério da Igreja.

O conceito de colegialidade defendido pelos senhores nada tem a ver com o que é ensinado pela Igreja. Basta olhar o Catecismo de João Paulo II.

O pretenso espírito democrático expresso pelos senhores reflete outra coisa, aliás, errônea e perigosa: reflete o chamado centralismo democrático segundo o qual, quando uma assembléia decide um tema, não se pode mais divergir do que foi decidido. É o que vimos no episódio pelo qual o PT suspendeu os deputados Bassuma (BA) e Henrique Afonso (AC) que continuaram criticando a descriminação do aborto mesmo após o partido ter fechado questão sobre este ponto. Para manter seus cargos tiveram que se desfiliar e procurar outros partidos.

É bom lembrar que o chamado centralismo democrático é o conceito marxista leninista de democracia. Nele não pode haver objeção de consciência. Obedece-se e pronto. É tirânico. Não tem nada de verdadeiramente democrático e menos ainda de católico.

2. Os senhores dizem que D. Aldo desrespeita a pedagogia de Jesus em favor dos mais necessitados

Resposta

Seria preciso provar que a posição do bispo em matéria da questão da propriedade está em desacordo com a doutrina social da Igreja. Não li nenhum argumento dos senhores neste sentido. Só há invectivas. Lembrem-se: ao acusador cabe o ônus da prova.

Sabemos que movimentos sociais como o MST defendem claramente o socialismo e pregam a abolição da propriedade privada dos meios de produção. O Sr. Stédile, que representa uma facção do movimento, defende inclusive, como ele declarou na TV e por escrito, que é necessária a reforma agrária em propriedades grandes, ainda que produtivas. Dá para entender, a partir disso, a manchete do artigo de D. Aldo.

É uma mentira que a aplicação do socialismo é mais favorável aos mais necessitados da sociedade. Isso só é “verdade” no mundo da propaganda manipuladora. O socialismo de Stalin levou à morte mais de 25 milhões de camponeses – os antigos kulaks – deportados para lugares terríveis na URSS. Qual o crime deles? Ter produzido muito!... Este foi o socialismo real. No que o socialismo do sr. Stedile difere do que concretamente existiu?

3. Conforme os senhores D. Aldo critica e desestimula as iniciativas que visem promover a justiça social, a dignidade e organização do Povo dos Pobres... as CEBs, a grande maioria das Pastorais Sociais e até padres comprometidos com a causa dos pobres.

Resposta

A Igreja sempre defendeu – e defende – toda atividade realmente a favor da justiça e da dignidade humana. Toda iniciativa que tenha esses objetivos – e que, portanto, devem estar conforme o direito natural e a doutrina social da Igreja devem ser apoiados e estimulados.

Ora, o que a assessoria de D. Aldo afirma – e tem razão – é que em nosso país muitos movimentos sociais afastaram-se da verdade para seguir ideologias relativistas e socialistas. Prova disso? Muito simples: o apoio dado por muitos movimentos sociais ao PNDH 3 proposto pelo PT; plano que defende a descriminação do aborto, aprovação da lei da homofobia, legalização da prostituição, união civil de homossexuais e muitos outros pontos que se chocam com a doutrina católica e o direito natural. É o que a CUT e o MST, que assinam o documento dos senhores contra D. Aldo, afirmam claramente no documento que citamos em nota. (2) O que há de católico nele? Nada. Muito pelo contrário.

Uma questão para os senhores, o que é mais: A vida ou a propriedade?

As encíclicas papais sempre criticaram violentamente os abusos do capitalismo. Sempre ensinaram que trabalho não é mercadoria. Sempre exigiram que o trabalhador fosse tratado com dignidade.

Todos sabem que os movimentos sociais criticam severamente o sistema econômico liberal. Certas críticas são verdadeiras; outras, absolutamente falsas.

A Igreja nos ensina que a propriedade é um direito natural secundário e a vida um direito natural primário. Este é superior àquele.

O homem comum sabe disso. Todo homem sensato, diante de um ladrão que o assalta, prefere entregar a carteira ou o carro do que correr o risco de perder a vida.

Ilógicos são aqueles que dizem defender a justiça ao promover a partilha (ou eliminação?) da propriedade e apóiam governos e outros movimentos que afirmam que a vida não é um direito natural inalienável. Pior: não só não se incomodam que se proponha a descriminação do aborto, mas ainda assinam declarações de apoio ao aborto.

Os movimentos sociais e pastorais da Paraíba podem mostrar a D. Aldo que o receio quanto à ortodoxia católica dos senhores é infundada. Basta promoverem grandes passeatas em favor da vida. Aliás, deveriam ter feito isso em Aparecida, no último dia 12 de outubro. Deveriam ter bradado contra todos os que defendem ou pregam a cultura da morte: PT, PSOL, PCdo B, e, porque não dizer, setores do PSDB e de partidos ditos liberais que rejeitam obstinadamente o direito natural.

Os senhores estão dispostos a fazer isso? Estão dispostos a lutar pelo principal direito humano? Se não lutarem pelo bem maior é porque o menor é falso. É só pretexto para afundar o Brasil num laicismo socializante fadado a aprofundar nossos males sociais e nos deixar ainda mais afastados de Deus.

Movimentos sociais e Plínio de Arruda Sampaio

No debate na Band Plínio disse que falava como representante dos movimentos sociais. Disse a verdade ou mentiu?

O que tem defendido Plínio e seu partido?

Laicismo que rejeita símbolos religiosos em locais públicos, lei da homofobia, casamento homossexual, liberalização do aborto, negação da propriedade dos meios de produção. Se ele disse a verdade ao dizer que os representa está confirmado que os senhores estão empenhados em aprovar a cultura da morte e um tipo de economia que há mais de cem anos é condenado pela doutrina social da Igreja. Nesse caso D. Aldo tem toda a razão em não colaborar com os senhores. Nenhum cristão sério colabora para a implantação de uma sociedade anti-cristã.

Cabe agora aos senhores continuarem o debate. Se é que estão dispostos a isso.

Se querem realmente ser católicos sejam fiéis à doutrina social da Igreja. Toda ela. Não apenas ao que julgam conveniente.

Que o bom Deus os ajude.

Atenciosamente,

Valter de Oliveira


Notas

1. RATZINGER, Joseph. A fé em crise? O Cardeal Ratzinger se interroga. São Paulo, EPU, 1985, p. 40). Ver também nosso artigo em defesa de D. Cristiano.


2.
Nota Pública em defesa do III Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3)

É avanço na luta por direitos humanos em defesa da democracia, dos direitos humanos
e da verdade.

As entidades e militantes dos Direitos Humanos e da Democracia de São Paulo-SP juntam-se ao Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), rede que reúne cerca de 400 organizações de direitos humanos de todo o Brasil, para manifestar publicamente seu REPÚDIO às muitas inverdades e posições contrárias ao III Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3), e seu APOIO INTEGRAL a este Programa lançado pelo Governo Federal no dia 21 de dezembro de 2009.

(...)

Juntamente o ao MNDH, ainda que explicitando alguns outros detalhes que envolvem a integralidade do PNDH 3, nós, organizações, movimentos e militantes de São Paulo, entendemos que as reações veiculadas pela grande mídia comercial, com origem, em sua maioria, nos mesmos setores conservadores de sempre, devem ser tomadas como expressão de que o Programa tocou em temas fundamentais e substantivos, que fazem com que caia a máscara anti-democrática destes setores. Estas posições põem em evidência para toda a sociedade as posturas refratárias aos direitos humanos, ainda lamentavelmente tão disseminadas, e que se manifestam no patrimonialismo - que quer o Estado exclusivamente a serviço de interesses dos setores privados; (...) no patriarcalismo - que violenta crianças e adolescentes, e serve de alicerce para o machismo - que mantém a violência contra a mulher e sua submissão a uma ordem que lhes subtrai o direito de decisão sobre seu próprio corpo (como o direito ao aborto), lhes impõe salários sempre menores que os dos homens, ou a situações de violência em sua própria casa; no racismo - que discrimina negros, indígenas, ciganos e outros grupos sociais; nas discriminações contra outras orientações sexuais que não sejam apenas a heterossexualidade (considerada o único padrão de “normalidade” em termos sexuais) - estigmatizando a homossexualidade (masculina ou feminina), a bissexualidade, os travestis ou transexuais, e todas as demais manifestações de homoafetividade - o que impede o reconhecimento dos casamentos, ligações e constituição de famílias fora das “normas” (atualizadas ou não) do velho patriarcado supostamente sempre heterossexual, monogâmico e monândrico (...).

Juntamente com o MNDH, também manifestamos nosso apoio integral ao ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi (...)

Em suma, como organizações da sociedade civil, o MNDH e nós, que vivemos e militamos em São Paulo, estamos atentos e envidaremos todos os esforços para que as conquistas democráticas avancem sem qualquer passo atrás.

São Paulo, 14 de janeiro de 2010.


Movimentos, Organizações e Militantes pelos Direitos Humanos de São Paulo


LISTA DE ENTIDADES QUE SUBSCREVEM ESTA NOTA PÚBLICA

Excluímos grande parte delas. Deixamos, A CUT e o MST e as que, só pelo título, se mostram claramente contra a moral católica


ABGLBT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE GAYS, LÉSBICAS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS
COLETIVO DE FEMINISTAS LÉSBICAS
CUT - CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES
FRENTE NACIONAL PELO FIM DA CRIMINALIZAÇÃO DA MULHER E PELA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO
LBL - LIGA BRASILEIRA DE LÉSBICAS
MST - MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA

Caso o leitor queira ver o texto e a lista completos acessar: