domingo, 1 de novembro de 2009



O QUE ELES FALAM SOBRE A REVOLUÇÃO CULTURAL


Valter de Oliveira



Em nosso artigo sobre BLASFÊMIA E HOMOSSEXUALISMO (1) citamos texto de Gonzalo Redondo no qual ele explica como o marxismo está ligado ao que chamamos atualmente a cultura da morte. Dissemos que se quisermos confirmar isso basta ver o que dizem os pensadores marxistas. Poderíamos citar Marx, Engels, Jules Guesdes, enfim os principais ideólogos marxistas. Entretanto, para mostrar como os marxistas apresentam a questão hoje, decidimos transcrever artigo de um professor de História da USP. No final faremos algumas breves observações.


O SIGNIFICADO POLÍTICO DO ANO DE 1968







Henrique Carneiro (2)




O ano de 1968 se tornou emblemático porque nele se concentraram acontecimentos que representaram uma inflexão histórica. Foi a maior onda de conflitos políticos simultâneos em diversos continentes, particularmente na Europa, depois da crise do pós-guerra. E foi o primeiro movimento de massas internacional a sair fora do controle das organizações tradicionais do movimento operário mundial: os partidos comunistas e as organizações ligadas à social-democracia, tanto nos países da Europa ocidental e da América Latina, como no interior dos próprios estados controlados pela burocracia soviética, dos quais o movimento mais importante foi o da Tchecoslováquia.

O mais importante dessa onda histórica de lutas talvez tenha sido, não apenas a sua força e extensão objetivas, mas o fator subjetivo da ruptura com as velhas direções, do surgimento de uma nova consciência crítica nas vanguardas estudantis e operárias que protagonizaram tais lutas. No interior da esquerda, germinou uma busca de alternativas anti-stalinistas, de vertentes heterodoxas e de um renascimento da crítica radical. A obra de Leon Trotsky alcançou um novo impacto, apenas doze anos passados do reconhecimento oficial pela burocracia soviética, dos crimes de Stálin no XX Congresso do PCUS, em 1956. A juventude que despertava para a militância política, já o fazia distanciada dos partidos tradicionais, e engrossava as fileiras dos maoístas, anarquistas, e trotskistas e desconfiava da esquerda "oficial", integrada ao Estado e à ordem européia do pós-guerra.

Autores até então obscuros ou marginalizados foram relidos, as vezes até publicados pela primeira vez em muitos países, como foi o caso de Charles Fourier, Wilhelm Reich e Antonio Gramsci. A escola de Frankfurt, sobretudo a obra de Herbert Marcuse, a inspiração do que se chamou de "esquerda freudiana", e a redescoberta da obra até então inédita de Reich, levou a que a "revolução sexual" se tornasse uma bandeira gêmea da revolução social. O movimento feminista preparava a sua nova onda histórica de mobilizações na Europa ocidental por reivindicações como direito ao aborto e ao divórcio, enquanto nascia um movimento homossexual. Tais transformações nos costumes tomavam inédita repercussão e dimensão política, e no compasso de uma efervescência estética vanguardista, com o rock tomando proporções de estilo rebelde internacional, e todas as artes eclodindo de experimentalismos e inovações, conquistavam-se novas esferas no direito à autonomia do próprio corpo, com reivindicações que iam da legalização do consumo de drogas ao direito do uso de cabelos compridos ou adereços extravagantes, à práticas de vida comunitária alternativas ou a buscas espirituais em filosofias orientais, num rechaço moral ao domínio histórico do imperialismo ocidental e sua religião. (3) (destaques nossos)




Observações sobre o texto

1. Dentro da agenda dos promotores da cultura da morte está incluída a simpatia pelas drogas. Eis porque políticos e partidos que, de um modo ou de outro, foram e são influenciados pelo marxismo estão empenhados em descriminalizar (ou descriminar) o uso das drogas. São propostas de Fernando Henrique, do ministro Minc, de Gabeira, entre outros. Nisso têm como companheiros de viagem “liberais” que defendem a autonomia do homem em relação à lei natural e divina.

2. O pseudo direito à autonomia do corpo, colocado como um princípio filosófico, é que está permitindo a expansão e a “legitimação” jurídica, do homossexualismo, da pornografia, do aborto, da eutanásia, e experimentações médicas anti-naturais. A nova onda será a aprovação da pedofilia.

3. Curioso notar a simpatia e o apoio aos movimentos alternativos e buscas espirituais em filosofias orientais. Só faltou citar a New Age, que é ativa em promover essa revolução cultural. Por que ateus fazem isso? A resposta está na última linha: é um trabalho contínuo de “rechaço moral ao domínio histórico do imperialismo ocidental e sua religião”.

Em suma: o que importa é descristianizar a sociedade.


NOTAS:

1. Ver artigo no blog www.claravalcister.blogspot.com do dia 26 de outubro de 2009.

2. Henrique Carneiro é Professor do Departamento de História/FFLCH/USP

3. Fonte: www.pstu.org.br/esp68_artigos1.asp
Site do PSTU (partido socialista dos trabalhadores unificado)