Valter de Oliveira
O que ela disse.
O que os jornais
disseram...
Dia 22 de fevereiro p.p. a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos defendeu a posição do Brasil diante de vários problemas que causam preocupação em todo o mundo.
Claro está que um ministro que
fala por seu país procura dar sua versão dos fatos e do que está realizando.
Pode fazer um discurso perfeito. Também pode dourar a pílula. Pode exagerar ou
fazer omissões. O bom jornalismo daria clara ideia do que foi falado por nossa
representante. A partir daí poderia ser feita uma análise crítica do que foi
dito. Nada mais justo e democrático.
Já o mau jornalismo pinça dois
ou três pontos e os expõem de modo a provocar antipatia no leitor em relação ao
governo.
Eis a manchete da Globo: “Damares
defende na ONU “vida desde a concepção” contrariando legislação brasileira
sobre aborto”.
É o caso de perguntar ao
jornalista e ao editor:
1.
É proibido a um governo ou a um cidadão que
critique abertamente certas leis
existentes em um país?
2.
Tal crítica é conforme à democracia?
3.
Governos democráticos não procuram eliminar
leis injustas? Não procuram melhorar as boas?
4.
Se uma lei fere direitos humanos deve
permanecer só porque é lei? Passam a ser cláusulas pétreas?
Agora vamos ver um pouco mais
do que foi dito pelo Globo
“A ministra da
Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, reiterou internacionalmente
a posição do governo do presidente Jair Bolsonaro contra o direito ao aborto.
Em pronunciamento online feito nesta segunda-feira (22), na 46ª sessão do
Conselho de Direitos Humanos da ONU, Damares disse que o Brasil continuará
"firme" na defesa "da vida a partir da concepção"
A seguir o jornal tira suas conclusões da fala do governo em defesa da
vida:
“A fala reforça ao
mundo a posição do governo de extrema-direita do Brasil e de movimentos
religiosos fundamentalistas que usam o conceito de "vida a partir da
concepção" para perseguir o direito ao aborto, mesmo nos casos já
previstos em lei”
Aqui, seguindo a narrativa da esquerda internacional, o Globo considera
que eu, você e o Papa Francisco somos de extrema direita e fundamentalistas.
Extremistas que ousam se opor a uma lei abortista ou a uma decisão abstrusa do
STF...
X
Que jornalismo!
A partir daí o Globo deixa de noticiar e passa a
procurar justificar o aborto. Diz ele:
“No Brasil, o
Código Penal de 1940 permite o aborto nos casos de gravidez decorrente de
estupro ou se a mulher correr risco de morte. Em 2012, o Supremo Tribunal
Federal (STF) descriminalizou o aborto em caso de anencefalia fetal”.
Depois de dar números de abortos infantis no Brasil o jornal volta ao
discurso da ministra:
“Em seu
discurso, Damares Alves também defendeu
as iniciativas tomadas pelo governo para a proteção dos direitos humanos dos
brasileiros durante a pandemia. Apesar da ONU classificar o aumento nos casos
de violência contra a mulher ocorrido em todo o mundo de "pandemia das sombras",
a ministra limitou-se a dizer que, em 2020, o governo brasileiro executou
"o maior orçamento para a área dos últimos cinco anos, com investimento
cinco vezes maior do que o de 2018". Ela não mostrou os números”.
Aqui o Globo afunda ainda mais. Ele poderia ter citado frases da
ministra contra o feminicídio, o assédio sexual, etc. Simplesmente omitiu...
E o grupo Folha, o
que disse?
Eis uma manchete da Folha-Uol:
“Na ONU, Brasil faz discurso descolado do resto do
mundo”
“Participação de
Damares e Ernesto mostra como a postura retrógrada do Itamaraty afastou o país
dos desafios internacionais mais urgentes”.
Lembremos que o aborto é o maior genocídio praticado em todo o mundo.
Para a Folha não tem importância. Não é urgente cessar a matança de
inocentes....
São apenas exemplos que mostram porque a grande mídia a cada dia perde
mais credibilidade.
Fontes:
https://oglobo.globo.com/celina/damares-alves-defende-na-onu-vida-desde-concepcao-24893064