quarta-feira, 20 de maio de 2020

DSI 10. FASCISMO. TEXTOS, DOCUMENTOS, ILUSTRAÇÕES





1. O FASCIO


Calendário de 1923 do Partido Nacional Fascista. 

Entre dois jovens "camisas negras", o fascio, símbolo romano de autoridade do chefe sobre o povo e, também desse movimento político italiano.

O Fascio está  colocado sobre um escudo com as cores da bandeira italiana. 




2. Do fascis ao fascismo



Os facistas italianos queriam afirmar-se como os herdeiros e os continuadores do Império Romano, o que os levou a adotar como símbolo do seu movimento o fascio. Essa palavra italiana deriva do termo latino fascis, designação de um feix de varas atadas em volta de um machado (doc.1) que era um dos símbolos da unidade e da autoridade na Roma Antiga. Nessa altura, era transportado em lugar de honra nos desfiles militares. É do fascis que deriva, portanto, a palavra fascismo. (história 9, Diniz, Maria Emilia et alii, Lisboa, Raiz Editora,2016 p. 86). 



3. A doutrina fascista


"O fascismo nega que a maioria, só pelo fato de ser maioria, possa dirigir as sociedades humanas; nega que essa maioria possa governar graças a consultas eleitorais periódicas. Afirma que a desigualdade é, para o homem, inapagável, fecunda e benfazeja (...). O fascismo recusa, na democracia, a absurda mentira da igualdade política (...). Para o fascismo tudo está no Estado, nada do que é humano ou espiritual existe fora do Estado.  Nesse sentido o fascismo é totalitário (...). Nem partidos políticos, nem sindicatos, nem indivíduos podem existir fora do Estado. 



O fascismo quer um Estado forte, poderosamente organizado e apoiado numa larga base popular (...). O fascismo não acredita nem na possibilidade nem na utilidade de uma paz perpétua (...). Só a guerra desenvolve ao máximo todas as energias humanas. 

Mussolini, A doutrina do fascismo, 1930.  In História 9. p. 87. 


4. O fascismo em ação


"Montados em caminhões (...), os camisas negras (fascistas), dirigem-se para o local que é o destino de expedição. Uma vez chegados, começam por castigar à cacetada todos os que não tiram o chapéu à passagem das bandeiras fascistas ou que trazem uma gravata ou uma camisa vermelha... Precipitam-se em seguida para a sede do sindicato ou da cooperativa, arrombam as portas, lançam à rua o imobiliário e os livros e despejam-lhes galões de gasolina. Poucos minutos depois, tudo arde".  (Angelo Tasca, O nascimento do fascismo, 1938, in História 9, p. 89). 


Por ordem de Mussolini a Azurra usou camisas pretas no Mundial de 1938






5. Chefe ou Deus?

Um livro para crianças, publicado na Itália em 1930, referia-se assim a Mussolini (O Duce):


"Deves saber que o Duce é como o Pai Eterno: manda produzir cinco milhões de toneladas de trigo e é preciso produzi-las. Manda ter muitos filhos e é preciso ter muitos filhos; manda fazer casas para os operários e os patrões devem fazer belas casas para os operários (...). Se não há trabalho, manda que o haja. Estás a ver agora como ele é como o Pai Eterno. Além disso, fulmina com o seu olhar aqueles que não lhe obedecem e manda persegui-los porque não gosta de abusos. (D. Biondi. Viva il Duce. 1967), in História 9, p. 89 



6. OBBEDIRE.



Podemos nos perguntar: Por que obedecer?  Em um cartaz fascista temos a  justificação autoritária: "Obedecer porque deves obedecer". (Op. cit. p. 89).

A CONDENAÇÃO DO FASCISMO POR PIO XI - (DOC.)

NOTAS: 


1. Em encíclica de 1931 o Papa Pio XI critica fortemente o fascismo por se arrogar um poder sem limites. O Estado fascista é condenado por querer "monopolizar inteiramente a juventude, desde a primeira infância, para o pleno e exclusivo proveito de um partido, de um regime, sobre a base de uma ideologia que, explicitamente, se resume numa verdadeira estatolatria pagã,em pleno conflito não só com os direitos naturais da família, mas também com os direitos sobrenaturais da Igreja". (Non abbiamo bisogno, p. 39). 

2. A mesma crítica o Papa lança depois - em 1937 - contra o socialismo comunista. Hoje, Estados que se afirmam democráticos, em nome do laicismo, também desrespeitam os direitos da família e da Igreja. Um exemplo é a imposição da ideologia de gênero como científica e a doutrinação das crianças,  tal como aconteceu na Itália, na Alemanha, na ex URSS. Não é exagero. São fatos comprovados. Mais ainda, há todo um empenho, para através de leis, punir os que não querem se curvar diante do neototalitarismo.