quinta-feira, 25 de setembro de 2014

DESILUDIDO COM OS PRESIDENCIÁVEIS? VOTE NO LEGISLATIVO





Valter de Oliveira



Muita gente boa está desencantada com Dilma e Marina, Aécio e Cia. Têm razão.

Geralmente essas pessoas são liberais ou conservadoras. Acho que nem sabem disso. Parecem minoria. Não são. Nem de longe são socialistas. Menos ainda sonham com uma sociedade não cristã.

Nosso povo quer igualdade, mas não é igualitário. Quer ter uma vida digna, seus bens, mas não é invejoso.

Há décadas sofremos a propaganda e a manipulação ideológica social-marxista. Apesar disso continuamos a ver na família tradicional um grande valor e acreditamos que a propriedade é legítima. Só uma minoria insignificante, que nada aprendeu com a história do socialismo escravizador, afirma que é injusto ser dono de uma fábrica, de uma loja, de uma fazenda. Só um grupelho continua a recitar a ladainha que diz que o lucro é mais valia e exploração do homem pelo homem.

Se não queremos o socialismo, como se explica a votação do eleitorado? Dilma e Marina – e até o PSDB – não estão atrelados aos ideais de esquerda? Em grau maior ou menor estão. Só que a grande maioria do povo pouco conhece de ideias políticas ou econômicas. E não falo só do povo miúdo de Deus. Falo de estudantes universitários e de professores. Falo de meu público, com quem convivo há mais de 30 anos.

Se eu que acompanho os fatos políticos não consigo saber o que pensam os candidatos a deputado – são mais de mil – como irá conhece-los meu amigo Valdomiro, bom pedreiro que mora em Guaianazes?

Nosso sistema proporcional para o Legislativo só serve para salvar partidos de aluguel da direita corrupta e os partidos da esquerda radical protegidos pela esquerda rosada. Para piorar só serve confundir o eleitor, dificultando o conhecimento dos candidatos e da política. Todo mundo que estuda o assunto sabe disso.

Resultado: ficamos discutindo as opiniões – e os programas vazios de 2 ou 3 presidenciáveis – e esquecemos do Legislativo.

Fica aqui minha sugestão: se você sente que faz parte de uma maioria que não é ouvida, se acredita que Dilma ou Marina vão continuar a empurrar o Brasil rumo ao socialismo empobrecedor e desconhecido, ou se desconfia da firmeza de Aécio na luta por uma sociedade realmente democrática e livre, escolha um deputado federal ou senador que, no Congresso, saiba enfrentar as arbitrariedades do Executivo.

Tarefa fácil? Não. Difícil, muito difícil.

O que fazer? Procure ver se encontra quem defenda realmente as boas ideias que você tem. Pode ser mais fácil um propósito: não vote em nenhum candidato de partido que seja favorável à cultura da morte ou que queira destruir o conceito de família. Aí você já elimina o PT, o PSOL, e partidos mais à esquerda. Simplesmente porque eles estão comprometidos programaticamente com tudo o que significa a violação da verdadeira dignidade humana.

Outro problema: como apoiar partidos, até com ideias razoáveis,  que se coligam com outros que defendem as barbaridades que criticamos.

É uma questão séria. Consequência dos descalabros de nossa legislação.

Defendo que o candidato de um partido que não ponha em seu programa oficial propostas que ferem o direito natural pode receber nosso voto porque ele, se eleito, não estará preso a uma norma partidária como acontece com o PT que expulsa de seus quadros quem for contra o aborto. Poderá seguir tranquilamente sua consciência.  Por outro lado, Fernando Henrique, tal como o PSOL e grande parte da esquerda, é favorável à descriminalização da maconha. É opinião dele. Lamentável. Entretanto o PSDB não vai punir quem defender o contrário. Entre seus candidatos – ou de outros partidos – você poderá encontrar algum candidato que lhe agrade.

Se você – e todos nós – tivermos a felicidade de encontrar tais homens e mulheres de valor estaremos contribuindo para que a política seja o que deve ser: a arte de procurar o bem comum. Eles poderão lutar contra a política que aí está, ou seja, a que defende os interesses oligárquicos.

Por enquanto pouco podemos fazer para mudar esse quadro. Se queremos um novo Brasil será necessário que derramemos “sangue, suor e lágrimas”. Comecemos por votar bem, dentro do possível, apoiando os que podem ser verdadeiras lideranças.. Ao mesmo tempo combatamos toda forma de mal em torno de nós e lutemos para espalhar bons ideais. Há um outro conceito de política que não devemos esquecer: “A política é a arte do possível”.
Há sempre esperança para quem nunca deixa de lutar.


Nota:
 (1) Um exemplo é o “cartão”  que meu filho Marcelo recebeu em frente à Faculdade. É da candidata a deputada estadual pelo PSOL, Isa Penna, que defende : “Legalização da maconha, desmilitarização da polícia e da política, fim do encarceramento em massa”, etc. O partido também é pró-aborto e contra a família tradicional. E acredita na quimera do socialismo com liberdade

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