Valter de Oliveira
No final do post de ontem disse que hoje iria explicar porque resolvera contar a história do vendedor de livros.
É que nas minhas "andanças" aqui em casa lembrei-me de um livro da coleção "Descoberta do Mundo", vol. 7. Título: O homem contra os micróbios". Como algumas coleções estão logo aqui, acima de meu computador, foi só pegá-lo. Comecei a folheá-lo. Revi rapidamente explicações sobre doenças contagiosas na história. Modernamente trata dos trabalhos de Pasteur, Koch, Guérin e muitos outros. O último capítulo trata do "Grande Enigma do Vírus".
Contudo, logo de início, duas coisas chamaram-me a atenção: o Prefácio e o Cap. XIII. Este é uma consideração final de apenas uma página. Posto uma parte hoje, a outra amanhã.
Vocês verão que há mais de 50 anos, eu, com meus "pés descalços e braços nus", como diz o poeta, já estava me familiarizando com medicamentos tão falados hoje. Um pouquinho, é claro!
PREFÁCIO
Os homens esquecem rapidamente... Durante milênios as doenças contagiosas, as "pestilências", fizeram mais vítimas que as guerras mais sangrentas. Quem se lembra disto hoje em dia? Mesmo os historiadores não consagram mais que algumas linhas a fatos tão importantes. Do mesmo modo não insistem mais tempo sobre o que pode significar a extinção deste ou daquele mal. Em seu célebre "Discurso sobre a História", pronunciado em 1932, (...) Paul Valéry - dizia: "Pode-se razoavelmente pensar que a descoberta das propriedades da Quinquina é mais importante que este tratado concluído aproximadamente na mesma época." E, de fato, hoje, "as consequências deste instrumento diplomático podem estar totalmente perdidas e até difusas no caos dos acontecimentos, enquanto que a febre é sempre reconhecível, as regiões palúdicas do globo são cada vez mais visitadas e exploradas e a quinina foi talvez indispensável à prospecção e à ocupação de toda a terra, o que é, a meus olhos, o fato dominante de nosso século".
São as tropas desarmadas dos pesquisadores -médicos, bacteriologistas, biólogos, bioquímicos - que livraram o mundo do terror dos inimigos invisíveis, ou que pelo menos os colocaram em xeque. Este livro, evocando os grandes flagelos da humanidade é então, ao mesmo tempo uma homenagem àqueles que lutaram, àqueles que, em todos os países do mundo, procuram a vitória da saúde.
Fonte: DRIGALSKI, Wilhelm Von. Coleção Descoberta do Mundo, O Homem contra os Micróbios, As doenças contagiosas na história e na vida dos povos. Adaptação de Fernand Lot, Tradução de Heitor Martins, Belo Horizonte, Editora Itatiaia, 1959.
Um comentário:
Adorei
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