quinta-feira, 13 de outubro de 2016

TRUMP, OBAMA, HILLARY E O RAFINHA
















Valter de Oliveira

Estava quase pronto um artigo meu sobre Hillary Clinton e Obama (1) até que uma simples conversa com meu filho Rafael no carro, após a escola, mudou meus planos. Explico-me.
Rafael
O Rafa tem 11 anos, está no 5º ano, e tem o privilégio de estudar em uma conceituada escola de S. Paulo, a AeD (Aprendizagem e Desenvolvimento) onde minha esposa é professora do terceiro ano do Fundamental I. Hoje, como é praxe, fui busca-los na hora do almoço. Já no carro, e mal tinha eu dirigido dois ou três quarteirões, ouvi a pergunta habitual: -“Posso falar?” Era o Rafa. E começou a contar o que acontecera na aula de História.
O jovem professor Luciano, usando seu grande poder de criatividade, de modo a despertar nas crianças o bom hábito da reflexão, montou uma história para lhes explicar o absolutismo. Uma história que levou as crianças a discutir a responsabilidade dos diferentes personagens. Explicou tudo e concluiu: “Foi legal”, e ficou quieto. –“E o que mais?”, perguntamos eu e Sonia. –“Depois, continuou ele, surgiu uma discussão entre as meninas sobre a eleição presidencial norte-americana e o professor perguntou: se vocês tivessem que votar em um deles quem escolheriam?”.
Uma delas logo respondeu: -“Não votaria no Trump porque ele é contra a entrada de imigrantes. Prefiro a Hillary’.
Outra replicou: - “Mas a Hillary é favorável ao aborto!” (2)
Ao ouvir isso, lembrei-me do artigo que faltava terminar e pensei com meus botões: vou muda-lo! Vou deixar de lado tudo o que traduzira. Basta o essencial. É melhor ficar na simplicidade das crianças.
Aqui no Brasil nossa mídia nos passa uma cândida imagem de Hillary bem como do presidente Obama, sempre simpático, agradavelmente eloquente e de gestos comedidos e elegantes.
Só não se fala que ambos aprovam o chamado “partial abortion”. O que é isso? Simples: Se a mãe ou responsável permitir, o médico pode matar a criança no instante em que ela está nascendo. Basta não permitir que ela saia inteira do ventre materno porque aí, já tendo nascido, seria protegida pela lei. Nasceu uma cidadã americana.
Se parte do corpo da criança estiver no ventre materno tudo muda. O médico está autorizado a quebrar o crânio da criança e retirar seu cérebro.
Não vejo nenhuma diferença entre tal procedimento e aqueles permitidos pela legislação nazista que autorizava o assassinato de deficientes.


Quase nada também se fala que o governo americano queria impor sanções a hospitais dirigidos por freiras por se recusarem a praticar abortos. Graças a Deus elas o venceram na Suprema Corte. Tampouco se destaca que Obama quer negar o direito de médicos e enfermeiros a seguirem suas próprias consciências no caso de práticas abortistas. 
Entretanto, de acordo com nossa mídia, Hillary e Obama estão do lado da civilização e dos direitos Humanos. Sobram críticas a Trump. Com e sem razão. E ninguém explica por que apesar de tantas falhas de caráter o bilionário tem o apoio de grande parte do eleitorado.
Será que se mostrássemos a um esquerdista (de qualquer tendência, do defensor do socialismo real ao socialismo romântico ou ao ambientalista gnóstico) as barbáries defendidas por Hillary e Obama ele ficaria horrorizado?
Duvido. A sensibilidade da esquerda é seletiva. Só choram com o olho esquerdo.
Acho que até o Rafinha já percebeu...

Notas:
        1.     O título seria: Hillary Clinton e Obama. O que a mídia não conta, e seria baseado     em artigo de Terence P. Jeffrey, no jornal The Wanderer, o mais antigo periódico católico norte americano. Clique aqui para ver:


2.     Trump é vergastado por querer levantar um muro para impedir a entrada ilegal de mexicanos ao Estado do México. A mídia pouco ou nada fala de outros muros. Você pode conferir o que é dito sobre três deles. a) um erigido na Trácia, na fronteira entre a Turquia e a Grécia; b)  o segundo na Hungria, com aproximadamente 160 km; c) o terceiro construído em Calais, na França, com a ajuda do Reino Unido. Veja nos sites:







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