terça-feira, 24 de março de 2020

ANGELA MERKEL E O CORONAVIRUS



ANGELA MERKEL:

"O CORONAVÍRUS É O NOSSO MAIOR DESAFIO DESDE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL"


Valter de Oliveira

Na Segunda Grande Guerra os alemães foram derrotados. Agora parecem ser os grandes vitoriosos. Por quê?

Vejamos alguns pontos.

1. O vírus surgiu na Alemanha e começou a se propagar. Em pouco tempo "o Instituto Robert Koch alemão indica 8.198 positivos no país e 12 mortos pelo coronavirus" O número, diz a notícia, "cresce cerca de 1.000 a cada dia". (...) O instituto acredita que a pandemia pode durar dois anos e infectar até dez milhões de alemães se não surgir uma vacina" Era só o começo.

O que fez a Chanceler?

2. Pela primeira vez em seus 14 anos de mandato Merkel fez um discurso televisionado (excetuados os tradicionais de Ano Novo) para enfatizar a gravidade da epidemia.

..."prognosticou que as próximas semanas serão ainda mais difíceis, mas lembrou que o fornecimento de alimentos está garantido e que não tem sentido estocar alimentos, algo que, além disso, é pouco solidário. (...) 

"O coronavirus está mudando a vida de nosso país de maneira dramática. Nossa ideia de normalidade, vida pública e interação social está sendo posta à prova como nunca antes".

Merkel explicou à nação que enquanto não houver uma vacina a única coisa que pode ser feita é "deter" a propagação, dilatá-la ao longo dos meses e, assim, ganhar tempo". (...) Considerou que a Alemanha possui um excelente sistema de saúde, mas que, mesmo assim, os hospitais alemães também ficarão sobrecarregados se a doença não for detida.

A Chanceler pediu a seus concidadãos "a suspensão da vida pública na medida do possível. O Estado continuará funcionando, o fornecimento continuará garantido e queremos preservar o máximo de atividade econômica possível (...) mas devemos reduzir agora tudo aquilo que possa colocar em perigo as pessoas". Por esse motivo, afirmou, são necessárias "restrições como nunca antes se viu na República Federal". (...) No momento são indispensáveis para salvar vidas".

E pediu que cumpram as restrições impostas: "isso é sério". "Levem isso a sério". (...) "Desde a Segunda Guerra Mundial não houve um desafio para o nosso país que dependesse tanto de nossa ação conjunta e solidária". 

3. O discurso foi contundente. E os resultados? 

Foram bem melhores do que em outros países. 

A BBC informa: "há algo que diferencia bastante o avanço da doença na Alemanha e que chama a atenção de especialistas e autoridades. O número conhecido popularmente como taxa de mortalidade (em relação ao total dos infectados) é mais baixo do que em outros países. 

A Alemanha é o quinto país em número de casos registrados (26.159 até a manhã de 23 de março) e o nono em mortes (94). A título de comparação, a Espanha registrou 29.909 infectados e 1.813 mortos e o Brasil, 1604 infectados e 25 mortos. 

Nesse caso, a taxa alemã seria de 0,35%, a espanhola, de 6% e a brasileira, de 1, 55%. 

"Não podemos dizer com precisão por que a taxa de mortalidade na Alemanha é a mais baixa, mas é importante lembrar que estamos em uma fase anterior da epidemia dentro do país", explicou (...) o Instituto Robert Koch de Virologia, responsável pela estratégia alemã de combate ao coronavírus.

E ainda:

"é certo que temos recomendado, desde o momento em que tivemos ciência dessa emergência de saúde, ampliar o número de exames feitos na população e reduzir a possibilidade de contágio".

Para Jeremy Rossman, professor de virologia da Universidade de Kent, no Reino Unido, uma das chaves para explicar a baixa mortalidade na Alemanha pode ser o diagnóstico precoce, que evita a disseminação da doença.

"O caso alemão mostra que isso não é só uma boa estratégia como é um componente essencial na luta contra a pandemia. 

Conclusão:

Os alemães, governo e povo, entenderam que estavam diante de uma guerra terrível. Mesmo estando em situação incomparavelmente melhor que a nossa, não se acomodaram, pelo contrário. Estão sabendo enfrentar com rapidez o perigo que ameaça a todos. 

E no Brasil?

Apesar dos pesares estamos no caminho certo. Há grandes falhas passadas e presentes mas estamos arregaçando as mangas e fazendo nosso dever. A classe política e outros poderes da nação parecem acordar. O povo vai se dando conta da gravidade do momento e cresce o espirito de abnegação e solidariedade. Infelizmente ainda há quem no fragor da batalha está preocupado com politicalha. 





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