sábado, 16 de julho de 2016

A CORRUPÇÃO QUE CONHEÇO













Valter de Oliveira

Jânio Quadros
Era só um garoto quando ouvi falar pela primeira vez em corrupção. Foi através do rádio que não cansava de tocar a marchinha de Jânio Quadros: “Varre, varre, vassourinha”... Quem era Jânio? Não o conhecia. Nem tinha TV. Finalmente vi sua foto na revista Cruzeiro. Lá estava ele, sentado no meio fio, comendo banana... Não me lembro se era candidato a governador ou a presidente. Não gostei. Não me parecia digno de quem iria, talvez, ocupar um alto cargo no Executivo. E eu nem sabia o que era populismo...

Anos depois, passava pelo viaduto do Chá rumo ao dentista na Conselheiro Crispiniano. Perplexo, deparei-me com uma multidão. Era a famosa “Marcha da Família com Deus pela liberdade”. Um carro da Record filmava tudo. Da época só lembro que se fazia muita greve (estava muito preocupado com futebol, música jovem e Ray Conniff). Era tão comum que eu e um amigo decidimos convocar os colegas para uma greve no Colégio Emília de Paiva Meira, em Itaquera. O sucesso foi rápido. O castigo também. Minha turma pegou 3 dias de suspensão. Achamos graça.

Em outubro de 1964 minha vida mudou totalmente. Motivo: religião. Depois de vacilar por um longo tempo recebi a graça de compreender que valia a pena viver por Deus. Desde então tenho tentado. Deus é paciente...

O resultado é que comecei a preocupar-me com política, filosofia, história, religião. Diariamente lia o Estadão acompanhando tudo o que ocorria no Concílio. E no mundo. Por acréscimo as inúmeras aulas extras que tive com meu professor de História ajudaram muito na minha formação.

As leituras levaram-me, a saber, que os militares argumentavam que haviam tomado o poder para combater três coisas: 1. A subversão. 2. A inflação. 3. A corrupção.


Laudo Natel
Conseguiram sucesso nos dois primeiros pontos. Já quanto à corrupção não tinha ideia. O que sei é que nas duas ocasiões em que estive próximo de dois governadores – Laudo Natel em São Paulo e Eraldo Gueiros em Recife – fiquei incomodado com o séquito de ambos. Tive a impressão de ser um bando de oportunistas. “Conservadores”...
Eraldo Gueiros

No final dos anos 70 tive um contato maior com um jovem engenheiro de uma grande empresa. Começou a enriquecer e resolveu diversificar suas aplicações financeiras. Meu pai trabalhava com imóveis e construção (Construção e decoração já foram meus hobbies). Convidou-nos para uma parceria. Durou algum tempo.

No aprofundamento da amizade soube que ele estava envolvido na intermediação de negócios entre a iniciativa privada e o governo. Foi assim que ele começara a enriquecer. Um dia perguntei-lhe se não achava que tal procedimento feria a ética. Respondeu-me que não. “Ninguém rouba ninguém, disse ele, só se combinam os resultados. Aliás, disse ele, é o único meio que as coisas são feitas no Brasil. Todo mundo ganha um pouco. Tudo é combinado”...

Um belo dia, em visita a seu escritório, perguntei-lhe:

-“Você viu o Ferreira Neto (programa político da TV Gazeta) ontem”?

- “Não”, respondeu. “Por quê?”

- “Fulano (deputado federal bem conhecido na época) fez uma catilinária contra a corrupção do Maluf e do PMDB”.

- “Que pilantra! Dei sete milhões para ele na semana passada”!

Pois é... E soube de várias outras histórias...

Nosso relacionamento comercial durou pouco mais de um ano e passamos a nos ver esporadicamente (1). Um dia, nos tempos do governo Collor fui visita-lo em sua casa. Estava triste e preocupado. De algum modo foi posto de lado nos esquemas governamentais. Ainda tinha, disse-me ele, alguma chance. Se conseguisse um negócio importante relacionado com o projeto do trem bala. (se o começo do negócio desse certo a caixinha seria de 180 milhões de dólares... Para quantos? 7 políticos...) poderia voltar a ter seu espaço no esquema. Soube depois que não conseguiu. Foi perdendo os bens. Morreu. Recentemente contaram-me que sua morte não foi repentina. No hospital tinha recebido os últimos sacramentos. Foi um consolo para mim que também testemunhei muitas coisas boas que ele fez.

Assim, caros amigos, quero deixar bem claro que há muito conheço, por testemunhos fidedignos, a corrupção que assola nosso país. (Evidente que não foi o PT que a inventou... Ele só mergulhou nela, inebriou-se nela).  Depois, quando voltei novamente para a área de História – em 1987 – fui conhecendo-a mais a fundo por leituras e por aulas. Principalmente depois que fiz um mestrado em Estudos Brasileiros na Universidade Mackenzie. Curso idealizado pelo saudoso general Meira Mattos e por Alfredo do Amaral Gurgel.  O melhor que tive na área acadêmica. Nele tive a felicidade de conhecer o amigo – e grande economista da UERJ – Ubiratan Jorge Iório de Souza que me abriu os olhos para os encantos da economia (2).


Tudo isso para dizer que, se desde jovem, como já disse, encantava-me tudo o que é relativo à área de humanas, esse amor cresceu ainda mais a partir de 88 quando vi muita coisa de política e geopolítica. Aprendi a ver Ciência política e Economia com teoria e prática, sem utopismos ideologizantes e sem alienação. Política que naturalmente nada tem a ver com a politicagem rasteira da oligarquia que dirige nosso país.

Vejam! Eu, um simples professor de História, há muito sei como as coisas ocorrem em nossos bastidores. Pergunto: É possível que nossos políticos não saibam?

Deus do Céu! Vejam Roberto Jefferson, no “Mesa Redonda” da Cultura (3). Lá diz ele, claramente, estrondosamente, que é assim que as coisas funcionam no Brasil. O PT só foi mais ousado... O que me impressionou, disse ele, foi a “coragem do PT” em avançar tanto! Depois Dulcídio, no mesmo programa, bateu na mesma tecla (4): “Todos sabem”... E olhando para os jornalistas: “Vocês sabem!” Ninguém o desmentiu...

Pois é. Eu sei, a classe política sabe, os empresários sabem, os jornalistas sabem e... Maravilha, Dilma e Lula, candidamente, nada sabem!

É uma ignorância tão santa que ainda há quem acredite e os queira de volta!

Bem se diz que a esquerda é uma religião.

“Esquerda”? “E o marxismo”?

É seita fundamentalista.



Notas:

(1) os negócios se resumiram na construção de 2 sobrados em um terreno meu.

(2) Lembro-me ainda de uma de nossas primeiras conversas quando ele disse: -“Puxa! Você é o primeiro professor de História que conheço que não é de esquerda!

Um fato curioso: minha formação era de forte oposição ao marxismo mas também ao liberalismo já que defendo a doutrina social da Igreja. Meu caro Bira disse-me que não entendia a oposição do Magistério Católico ao liberalismo. Acontece que o que ele apresentou nas aulas não parecia ser o que as encíclicas criticavam.  Era um liberalismo simpático...pelo menos em economia. Com o tempo parece-me que ele mudou em alguns pontos já que ficou um adepto entusiasmado da escola liberal austríaca. Dá para conciliar tudo? Não sei. Preciso conversar mais com o cara mestre...

(3) Roberto Jefferson no Roda Viva (link https://www.youtube.com/watch?v=wnpQRw01ztQ)


(4) Delcídio no Roda Viva (link https://www.youtube.com/watch?v=h1Aa1K-ky9g)

domingo, 26 de abril de 2015

POLÍTICOS, PEDAGOGOS E TEÓLOGOS












Valter de Oliveira


Em nossos dias fica cada vez mais patente a imensa distância entre o que pensa e faz nossa “elite” e o que pensa e deseja a sociedade brasileira. Distância que aumenta a cada instante devido à cegueira daqueles que deveriam ser modelos para todos nós.

1. Os políticos brasileiros

Nossa classe política nunca foi tida como exemplar. Jânio foi famoso pela vassourinha. Pretendia varrer todo o lixo de nossa vida pública. Seu empenho durou sete meses. De lá para cá, com democracia ou sem democracia, ela parece procurar bater o recorde de incompetência e corrupção. (1)

De março para cá milhões saíram às ruas indignados com o que vem acontecendo na política em nosso país. É verdade que a mira principal é o PT e o desgoverno de Dilma Rousseff. Mas há também indignação contra uma oposição medíocre - e também imersa na corrupção – que nada apresenta de sério para combater o mal e satisfazer aos legítimos anseios da sociedade.

Queremos uma verdadeira reforma política que permita aos eleitores conhecer os objetivos dos partidos políticos e de seus candidatos. Reforma que nos permita fiscalizar e punir – por exemplo através do recall – àqueles que foram infiéis às suas promessas políticas ou se dedicaram à corrupção.

O que propõe o PT e seus aliados (incluindo a CNBB): uma reforma política que nos faria ainda mais reféns da oligarquia.

A sociedade quer transparência. O governo camufla suas intenções e atitudes, manipula a propaganda, admite ter o direito de segredo sobre a atuação do BNDES e outros organismos governamentais.

A sociedade quer rigor contra toda a forma de crime. Com a justa punição para maiores ou menores.

O que faz o governo, seus aliados e até membros da “oposição”: apoiam um novo código penal ainda mais permissivo.

A sociedade há muito clama por uma reforma fiscal e tributária eficaz, séria, democrática.
A classe política desconversa, empurra com a barriga, aumenta os impostos e descuida de tudo o que é essencial para a população. A começar por educação, saúde, segurança e justiça.

A sociedade tem direito à educação de qualidade. Pública e privada.

O governo atual em primeiro lugar e a classe política, procuram ganhar dividendos propiciando bolsas de estudos para alunos que tiveram má formação básica, fingem que não sabem que a reforma educacional tem que começar do fundamental. Para piorar criaram uma legislação permissiva que prejudica os professores e os bons alunos. Maus alunos ofendem e até agridem. Nada acontece. Os governantes, da esfera federal, estadual e municipal, em nome da inclusão, propagam obstinadamente a incompetência e marginalizam a grande maioria, que deveria estar apta a participar de um mundo cada vez mais globalizado.

A lista é longa. Deixo para ampliá-la em outra ocasião.

2. Os pedagogos

Por definição pedagogos são aqueles que sabem conduzir crianças e jovens aos objetivos específicos da educação.

Nesse ponto nossa sociedade está à deriva. Poucos sabem o que seja realmente educar. Para isso é necessário ter uma correta visão antropológica do homem. A atual ideologia da maior parte de nossos pedagogos impede isso.

De qualquer modo, ainda que intuitivamente, sabemos que as coisas não podem ficar como está. Afinal, nosso nível educacional, é dos piores do mundo, conforme atestam os testes internacionais. Na esfera pública e privada. Isso apesar de sermos, reconhecidamente, um dos povos mais inteligentes do mundo.

Nossos cursos de pedagogia – como disse a profª Eunice Duran – dão teoria de má qualidade, com frequência no viés socializante, nem conseguem ser praticadas nas escolas. O construtivismo, defendido obtusa e dogmaticamente, é pouco compreendido e aplicado.  Há as eternas críticas às cartilhas do passado e ao método fonético (esquecem que as melhores cabeças do passado foram alfabetizadas assim). Sobretudo negam-se a ver o que a moderna neurologia fala do assunto. O resultado é que os alunos mais competentes – excetuando almas idealistas e abnegadas - fogem da carreira docente. É mais do que sabido que em breve teremos pouquíssimos professores da área de exatas. Também já faltam os de geografia.

Desde que comecei a ensinar vejo a decadência de nossas escolas. Alguém acorda? Não. Insistem nos mesmos erros e os aprofundam. Com o apoio dos governos, a irreflexão dos sindicatos, a superficialidade da mídia, a falta de sério compromisso das universidades com a educação, a apatia de muitos alunos, e a desesperança de boa parte dos professores.

3. Os teólogos

A teologia existe para nos ajudar a aprofundar em nossa fé, conhecer melhor a Deus e a amá-Lo acima de todas as coisas. Basta ler S. Agostinho ou S. Tomás, ou ainda, a grande S. Teresa de Ávila.

No passado, graças a esses teólogos e a grande número de santos, o povo tinha contato com homens e mulheres de virtudes fulgurantes. Era ensinado, pela palavra e pelo exemplo, a cumprir a vontade de Deus na Terra através de uma vida digna, o que implicava na construção de uma sociedade o quanto possível perfeita, mas sem deixar de levar em conta as consequências do pecado original. Não se fazia um divórcio entre a virtude individual e a responsabilidade de cristianizar o mundo. Sabia-se que uma sociedade mais justa seria realizada se não houvesse, ao mesmo tempo, um sério amor ao próximo. “Se não és capaz de amar a quem vês, como amarás ao Deus que não vês? ”

Hoje as coisas mudaram. Os teólogos da chamada linha progressista já não se preocupam com o pecado individual, só com o social. Tampouco dão importância ao Credo, à doutrina, à moral. Quem se preocupa com isso passou a ser taxado de fundamentalista. Os novos teólogos se empenham em destruir o capitalismo (para eles um dos maiores males do mundo) e em construir o Paraíso na Terra. É a Teologia da Libertação.

Acontece que o homem comum, na cidade ou na aldeia indígena, tem sede de Deus (fruto de uma graça concedida a todos). Quer saber quem foi Cristo, que morreu por nós. Quer vida de piedade, de oração, de reparação, de generosidade. Quer um trato íntimo com nosso Pai. Este homem, talvez sem o saber, está seguindo as palavras de Cristo: “Procurai em primeiro lugar o reino de Deus e sua Justiça e tudo o mais vos será dado por acréscimo”.

O teólogo progressista não está preocupado com nossa fome de Deus. Ele nos julga egoístas. A grande realidade é mudar o mundo rumo ao socialismo. Quem assim quer ser, é bom cristão. Quem não o quer...

É verdade que o “douto” teólogo fala em caridade, acolhimento, misericórdia. Nesse sentido, contrariando a Cristo (2), ele praticamente quer dar cidadania a todos os pecados que ferem o 6º mandamento – o adultério, a prostituição, a homossexualidade – e o quinto, como o aborto e a eutanásia. Já temos hoje, conforme suas pastorais misericordiosas, missas gays. O título já é escandaloso. No futuro, quem sabe, poderemos ter uma missa dos traficantes,  dos corruptos e dos pedófilos...

Tudo isso na contramão do que pedem e desejam os fiéis católicos.

Conclusão:

Um ponto comum que há entre todos eles: a negação obstinada da verdade. “O país vai bem, obrigado, nunca como no governo do PT se fez tanto pelo povo”. “A educação não melhora por causa das elites e da educação bancária”. Os pedagogos asseguram-nos, que se fizermos o que propõem, – incluindo a acolhida à ideologia de gênero - tudo ficará melhor. Já o teólogo progressista, tão feliz em ver a abertura (3) da Igreja para o mundo, tão empenhado em mudar tudo, assegura-nos na mídia (não em seus escritos) que ninguém quer mudar a doutrina. Só querem mudanças pastorais...

Você acredita?

1. Na TV a cabo há uma série chamada o índice da maldade. Talvez seja o caso de fazer uma similar: “O índice da corrupção e da incompetência”. O PT está ganhando...

2. Cristo disse ao jovem rico depois que este disse que praticava os mandamentos: “Então, se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres, renuncia a ti mesmo, carregue a tua cruz e siga-me”.
O teólogo progressista não está preocupado com os mandamentos. Suas homilias – quando é padre – são sempre genéricas. Ele defende o “Amor”.  Não insiste na prática dos mandamentos como necessários para alcançarmos a vida eterna. Assim, ele simplesmente não ama o pecador. Quer acolhe-lo com o seu pecado. Na sua visão, nossos movimentos sociais são profundamente cristãos porque lutam por um mundo melhor. Se você mostrar que todos eles já se pronunciaram favoravelmente a toda a agenda gay, ao aborto, à violação de direitos humanos por parte de governos de esquerda ele não dará importância. Estariam no caminho certo por lutar pelo socialismo.

Tais teólogos acreditam que estão próximos de uma grande vitória. Sabem que têm apoio de amplos setores da alta hierarquia da Igreja. Isso os faz caminhar altivamente, tirando as máscaras. Para nós resta um consolo: Ficará cada vez mais claro que eles não pertencem à Igreja de Cristo.


3. Existe uma desejável abertura para o mundo. Não é a deles que implica na negação dos mais profundos valores cristãos.

domingo, 29 de março de 2015

NELSON RODRIGUES, DELFIM NETO, ECONOMIA E A MINISSAIA. E A DILMA?










Valter de Oliveira

Ontem estava conversando com meu filho Marcelo e, lá pelas tantas, perguntei se ele gostava de literatura. Ele me olhou, deu um sorrisinho e deixou escapar: “Literatura” ... Logo vi que não adiantaria falar de Guimarães Rosa, Eça de Queiroz ou Machado de Assis. Ocorreu-me perguntar se ele conhecia Nelson Rodrigues. Não, não conhecia. Fui na estante, procurei um pouquinho e achei o único livro dele que tenho em casa: “O reacionário, memórias e confissões”. Li para ele partes de uma crônica. Gostou. Se vai ler depois, só Deus sabe.

Terminada a conversa continuei a folhear o livro e a fazer breves leituras. Lá pelas tantas encontrei a crônica: “A influência da minissaia nas leis da economia”.  Impagável. Vejam o que diz nosso Nelson:

“(...) acabo de ler um artigo admirável do ministro Delfim Neto. Que página lúcida, aguda, exata de economia!

“(...) Ah! Quando leio o nosso ministro da Fazenda, estou sempre pensando, ralado de frustração: “Eis um economista”. Voltando ao seu artigo. Que diz o caro Delfim Netto? Se bem o entendi, diz que a causa da crise, na indústria de tecidos, é a minissaia. Só estou imaginando a perplexidade amarga do leitor. Minissaia? Pode parecer, aos menos informados, que se trata de uma opinião de costureiro. Absolutamente. Fala o economista.

Por que está mal a indústria? Segundo Delfim Netto, porque as mulheres compram menos fazenda. E ele o afirma usando critérios científicos e exatos. Vocês entendem? Para nós, profanos, analfabetos natos em economia, a minissaia tem várias consequências, inclusive esta: - quem a usa não pode sentar-se. Reparem como caiu o número das mulheres sentadas. A minissaia envolve também o problema do pudor. Dirá alguém que o pudor é algo tão antigo, fenecido, espectral como o primeiro espartilho de Sarah Bernhardt. Mas vem o economista e explica: - a sorte de uma indústria depende da saia que sobe ou da saia que desce. Se sobe dois palmos, um palmo e meio, há falências, desemprego, miséria. Os industriais estouram os miolos; e os operários têm que estender o pires à frívola e distraída caridade pública. Agora a outra hipótese: - se, inversamente, a saia desce, cessa a “Grande Depressão”, jorra a abundância, o operário pode jogar nos cavalos, é uma euforia de homens mulheres e crianças. O patrão pode dar à mulher jóias de 500 milhões de cruzeiros antigos.

Quando acabei de ler o artigo (...) liguei para todos os telefones do Silveirinha (...). Queria perguntar-lhe: - “Silveirinha, tudo é assim tão simples?”. Custava crer que o circunstancial tivesse tal influência nas leis da economia. Será que as crises que abalam o país têm pretextos tão irrelevantes? Por outro lado não me parecia correto que a economia tivesse a simplicidade transparente que lhe atribuía o nosso Delfim. (...).

Voltei, então, ao ministerial artigo. Reli-o da primeira à última linha. E, novamente, instalou-se em mim o puro horror.

É que, em dado momento, o articulista explica por que estão caindo as vendas de sapatos. Eu podia imaginar todas as razões, secretas, inconfessas ou ostensivas, menos as que o nosso ministro insinua. Imaginem que compramos menos sapatos porque compramos mais automóveis.

O leitor há de pensar que leu mal. Não. Leu certo. É o que afirma Delfim Netto. Ficamos sabendo que há também uma crise de sapatos. E pior: - o brasileiro está no seguinte e crudelíssimo dilema: - ou compra sapatos ou compra automóveis. Caso prefira o carro, tem que andar descalço. Eu posso imaginar a cena. O brasileiro raspa todas as economias e vai à agência de automóvel. Chega lá, adquire um Galaxie inenarrável. No seu interior há cascata artificial, com filhotes de jacaré. (...). (1)

Quando terminei de ler a crônica pensei: e a Dilma?

A Dilma aprendeu com o Delfim.

Vocês repararam que após um ostracismo de dois meses ela reapareceu? Apareceu falando de diálogo e democracia. Apareceu toda sorridente, toda pimpona. E, centralizadora, como sempre, resolveu falar também de economia. Como o Delfim, que agora é assessor dela, e do PT.

Estamos em crise? Não, não. Isso é discurso da oposição. Estamos necessitando apenas fazer alguns reajustes. Se houve erro, ou melhor, falha. Foi só por excesso de amor.

Amor?

Claro. Veja o raciocínio delfiniano: - na crise de 2008 Dilma tinha que salvar o emprego dos brasileiros. Outros teriam jogado os trabalhadores na rua. O coração de Dilma não poderia permitir tal desgraça. Tínhamos reservas, tínhamos um bom caixa. Gastamos, gastamos, gastamos e salvamos o povo. Agora, não dá mais. Mamãe Dilma diz que gastou conosco tudo o que era necessário e um pouco mais. Agora é nossa vez de fazermos sacrifícios. Por pouco tempo.

Mensalão, Petrolão, excesso de gastos governamentais, incompetência, são mentiras implantadas na mídia pelo imperialismo internacional e pelos brasileiros que promovem o ódio.

Mamãe Dilma, mais uma vez pede nossa confiança e um pouco de sacrifício.
Acreditemos. E seremos felizes para sempre.



domingo, 11 de janeiro de 2015

“CHARLIE HEBDO” E O TERRORISMO


A liberdade errada, a falsa justiça e o desprezo pelo homem.













Valter de Oliveira


A França, o Ocidente,  e as pessoas de bem de todo o mundo sentiram indignação e horror perante os brutais assassinatos de jornalistas franceses executados por extremistas islâmicos.

Hoje os assassinos foram mortos. Levaram consigo mais quatro reféns. No total foram dezesseis, mais os feridos.

A repercussão tem sido enorme. Franceses saíram às ruas com cartazes desafiadores onde escreveram: “Eu sou Charlie”. Como quem diz: “quer me matar também? Não tenho medo”
A grande mídia ressaltou a defesa da liberdade de imprensa. Políticos, filósofos, historiadores também ressaltaram a importância da mídia no mundo ocidental. Seria um de nossos principais valores e alicerce de nossa democracia.

Na opinião da grande maioria a liberdade de imprensa é absoluta, ilimitada. Daí seu direito – no domínio do humor jornalístico – satirizar a respeito de tudo e de todos. 

Reinaldo Azevedo, por exemplo, com quem comungo bom número de ideias, considera que temos todo o direito de satirizar do islamismo bem como de qualquer religião. Ele, como católico, diz que ainda que não goste quando satirizam a Virgem Maria e a consideram uma mulher qualquer (para ser delicado) sabe democraticamente aceitar o direito de crítica dos outros.

Ora, essa é uma visão totalmente distorcida do direito da mídia, é uma visão conforme o liberalismo radical. 

No Ocidente já estamos habituados com certos tipos de humor e sátira  contra pessoas, instituições e até Deus. 

Entretanto também sabemos que há críticas que ferem direitos fundamentais e que atingem o que há de mais profundo no homem. Ou seja, os meios de comunicação, assim como toda atividade humana, têm que levar em conta os princípios éticos. Não há exceções quanto a isso. 

O jornalista não pode ser alheio à verdade. Tampouco tem o direito de atingir a honra e a reputação de pessoas e instituições. Tanto é assim que a própria democracia – na medida em que é verdadeira – permite que as pessoas atingidas de forma desleal processem quem as desrespeita. 

Neste sentido lemos alguns artigos que lembraram que a liberdade de expressão deve ser usada com critério. Um jornalista inglês, Tony Barber, editor para a Europa do “Financial Times” chegou a escrever que “algum bom senso seria útil a publicações como Charlie Hebdo ou “Jyllands-Posten” da Dinamarca, que se propõem a ser um instrumento da liberdade quando provocam os muçulmanos, mas que estão, na verdade, sendo apenas estúpidos”. 

O jornalista corretamente diz que isso não é dito para “desculpar os assassinos, que têm de ser pegos e punidos”. Isso não o livrou de duríssima crítica de um jornalista brasileiro (que em geral defende causas corretas) que o considerou “um vagabundo moral” e “terrorista” que no fundo seria um adversário da liberdade de expressão!

Nem de longe. Quem errou foi nosso jornalista brasileiro que, neste ponto agiu como um liberal radical ou um  anarquista libertário. Defende com todas as letras a liberdade absoluta da mídia como essencial à democracia e ainda insiste que o Financial Times não deveria ter publicado o artigo de Barber. Contradição? pergunta ele. Não, responde. É que "não deve haver liberdade para os inimigos da liberdade!"....

Nosso brasileiro esqueceu que toda liberdade está ligada à responsabilidade. Se ultrapasso os limites da ética e da lei posso ser responsabilizado e, eventualmente, até punido por isso. Também dentro dos limites da lei e da ética.

Quando uma publicação como “Charlie Hebdo” satiriza de forma hedionda a Bíblia e o Corão, Cristo e Maomé, A Virgem Maria ou a Rainha da Inglaterra, A Santíssima Trindade ou Alá não exerce liberdade de expressão. Simplesmente abusa dela. Passa a exercer um nefando bullying cultural.

Como dissemos, quando não respeitamos a intimidade, os valores, as legítimas crenças do ser humano, é este que é vilipendiado.

Quando se reage por fanatismo eliminando vidas, como no caso do pérfido assassinato dos jornalistas com o pretexto de vingar injustiças e defender o Islã, é de novo o ser humano que é desprezado e destruído. É a vida, nosso direito humano fundamental – sem a qual os outros são irrealizáveis – que é descartada.

No encontro do liberalismo radical com o fanatismo extremista temos um ósculo de morte. Ambos cometem o mesmo erro antropológico. Não entendem o que realmente é o ser humano e seu destino transcendente. Por isso mesmo são incapazes de entender e amar a imensa dignidade do ser humano.

Por isso tudo não sou Charlie. Menos ainda fundamentalista.

Que Deus tenha piedade deles. E de todos nós.



Nota: 

Foi anunciado que vários chefes de Estado irão comparecer à França para participar de cerimônia em honra dos jornalistas barbaramente assassinados. Será também uma reunião pró-imprensa livre, democracia e direitos humanos. Muito justo. Só não entendo porque já não fizeram isso antes já que 100.000 cristãos são executados por terroristas e governos criminosos em todo o mundo. A vida de tantos mártires vale tão pouco?



sexta-feira, 31 de outubro de 2014

PEDAGOGAS E DITADURA DA IDEOLOGIA DE GÊNERO









Valter de Oliveira

O artigo da profª Nana Soares "Por que a escola deve combater a desigualdade de gênero" (1), na revista Educar para Crescer, da Editora Abril, é um triste exemplo da doutrinação que é feita por professores com a finalidade de manipular crianças em nossas escolas. 

Escreve a professora:

"Nosso mundo, infelizmente, é cheio de desigualdades. Volta e meia nos deparamos com episódios de racismo, machismo, homofobia ou desigualdade social, mesmo que eduquemos nossos filhos para não reproduzi-las. Também é importante que outros setores, entre eles a escola, também eduquem para combater as desigualdades" 

Pura visão marxista. Nana confunde igualdade com igualitarismo. Nega a realidade, ao negar que existem, e devem existir, diversas e legítimas desigualdades na sociedade. Desigualdades que são fruto da unicidade de cada ser humano e de nossas diferenças naturais.

Para piorar a professora confunde outras coisas. Racismo e machismo são, sem dúvida, práticas injustas que favorecem  desigualdades que não deveriam existir. Já as diferenças oriundas da biologia e da psicologia humanas são adequadas e benéficas para todos. Homens e mulheres se complementam e se completam de modo a desenvolver o amor conjugal e a perpetuação da espécie. 

Já as ações e uniões homossexuais, como é mais do que sabido, atuam fora dessa finalidade. É um ponto que pouco se entende e se discute: a finalidade das coisas, no caso o ato conjugal e do prazer na vida humana. 

Criticar as ações homossexuais nada tem de "homofóbico". Estamos discutindo atos humanos que, como se sabe, é o objeto da ética. Esta procura explicar quais ações humanas são adequadas e aceitáveis tanto na vida particular como pública. 

Nesse sentido os defensores da família baseada no homem e na mulher simplesmente afirmam, com base na filosofia e vários ramos da ciência, que as ações homossexuais não são ordenadas em relação ao fim correto da sexualidade.

Por outro lado há erro no uso da palavra homofobia. Ela é usada para qualquer crítica à prática homossexual. Implica em crítica ao direito natural e, principalmente, ao ensinamento cristão que nos ensina a prática da castidade. Transformou-se em um jargão para inibir e amedrontar adversários. Virou propaganda e manipulação ideológica.

Voltemos ao texto da professora Nana Soares que apresenta sua defesa do igualitarismo sexual:

"No que diz respeito às desigualdades de gênero não é diferente. Por exemplo, um estudo internacional divulgado no início de abril mostra que se as meninas apresentam um desempenho em matemática pior do que os meninos, isso se deve à menor confiança que elas têm em si mesmas em relação a essa matéria. Realizado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) mostra que "muitas meninas optam por não seguir carreiras em ciência, tecnologia, engenharia e matemática porque elas não têm confiança na sua capacidade para se destacar nessas áreas apesar de terem as habilidades para fazê-lo". Isso quer dizer que atitudes do cotidiano acabam por desestimular as meninas em matemática e fazem com que elas acreditem que não são tão capazes". (2)


                            Mito ou Realidade?





"Então se a desigualdade de gênero reflete no dia a dia escolar e até nas escolhas profissionais que meninas e meninos fazem, por que não combate-la? Para Daniela Auad, professora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e autora do livro "Educar meninas e meninos: relações de gênero na escola" é essencial que isso aconteça. Segundo ela, um passo fundamental é fazer com que todos os envolvidos percebam as desigualdades presentes no ambiente escolar, e não mais as vejam como algo natural (3)

O que suas palavras demonstram é o disfarçado e velho conceito marxista de "conscientização".
Diante disso tudo surge a pergunta: O que deve ser aplicado na escola para eliminar as desigualdades de gênero?
Nana Soares mostra-nos a sugestão de Daniela Auad:


"(...) formação de grupos mistos, que misturam meninas e meninos

"Ao fazer isso aproxima-se mundos e mistura habilidades. As desigualdades são apresentadas fora dali, mas a escola é um espaço de reprodução. Tanto meninas quanto meninos têm total condição de adquirir conhecimentos, isso é uma questão da nossa humanidade".


Afirmação acaciana, não é mesmo? A questão é: resolve? Acaba com a desigualdade? Sempre estudei em escola mista e participei de inúmeros grupos mistos. Ninguém estava preocupado com ideologia de gênero. Continuamos todos, graças a Deus, como somos. Homens e mulheres inteiramente normais. Cada um aprendendo conforme sua capacidade, esforço, apoio familiar, etc. Não tínhamos ideólogos para nos importunar. Nem passava pela cabeça de ninguém que mulheres não aprendessem. Aliás, muitas das meninas minhas colegas eram ótimas em tudo, inclusive em exatas. Tinha enorme admiração por elas. Minha escola era pública, em Itaquera, periferia de São Paulo, tinha boa qualidade.  

Por outro lado, é fato que muitas estatísticas indicam que a maior parte das mulheres atuam na área de humanas ou da biologia.  Quais as razões? Estão sendo feitos muitos estudos. Pedagogos, sociólogos, psicólogos e filósofos da educação procuram entender as diversidades entre homens e mulheres. Ainda mais agora que se fala tanto em inteligências múltiplas. As explicações dadas divergem das que são apresentadas pelas professoras citadas neste artigo. E, devido a isso, cresceu o número de teóricos da educação que defendem a educação separada, ou seja, escolas masculinas e femininas. Afirmam que isso seria melhor para todos e em todos os sentidos. É a chamada educação personalizada adotada pelas melhores escolas do mundo. 

No seu afã igualitário Nana Soares mostra que está sendo fiel a um projeto de governo. Elogia o MEC voltando a citar Daniela Auad:

"Para a pesquisadora a batalha contra a desigualdade está melhorando lentamente, pois há uma política federal para a promoção da diversidade (como o programa "Gênero e Diversidade na Escola" do Ministério da Educação) e as discussões de gênero começam a aparecer nos livros didáticos".(4)

Como podemos ver as professoras se encantam com as "políticas públicas" ordenadas pelo Estado que procura impor a ideologia de um partido à sociedade brasileira. Ideologia importada e que faz parte da agenda revolucionária mundial. 

Continua a professora Daniela:

"A questão de gênero começa a aparecer na formação dos professores embora ainda não o suficiente". 

Também diz que é importante que o assunto esteja incluído  "na agenda da escola".

Mais para a frente Nana Soares cita a atuação de outra professora. É a parte mais lamentável:

"A pedagoga Edna Telles, por exemplo, promoveu uma atividade desse tipo na escola que coordenava na periferia de São Paulo. Desde 2011, os cerca de 300 alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental têm um momento exclusivo para as brincadeiras coletivas. O diferente da história é que todos, meninos e meninas, alternam entre o brincar só com os brinquedos "de menina" e com os "de menino".

"Como o momento das brincadeiras acontece duas vezes por semana, em cada dia há a exclusividade de um tipo de brinquedo. Em um as bonecas e brinquedos relacionados ao universo doméstico, como vassouras, fogões e panelas. No outro, os bonecos, carros e jogos de aventura, associados ao universo masculino. As professoras acompanham as brincadeiras e fazem intervenções pontuais, além de responderem dúvidas dos alunos"

"No começo houve muito estranhamento, os meninos perguntavam se a brincadeira era só para meninas e se eles iam ficar de fora. Levou cerca de um mês para as crianças baixarem a resistência, quebrarem essa barreira e brincarem com todos os brinquedos}" diz Edna. Segundo a educadora, a resistência dos meninos foi muito maior que a das meninas e a justificativa era sempre atrelada à sexualidade (eles perguntavam se iam virar gays por brincar de boneca). Por isso as intervenções das professoras que sugerem que eles sejam os pais ou os médicos dos bebês lembrando-os que pai e mãe cuidam dos filhos". (5)

"As meninas também questionavam porque iam brincar com brinquedos de menino, mas a resistência era menor do que a dos meninos, porque tudo aquilo que é relacionado ao universo feminino é menos valorizado (6). Diversos preconceitos da sociedade já estavam refletido ali. (...) Para Edna "a importância da iniciativa é que ela desconstrói estereótipos de gênero e dá às criança a chance de vivenciar diferentes papéis e descobrirem suas aptidões, pois elas experimentam de tudo e não ficam presas só a um tipo de brincadeira, como costuma ser. Elas têm o direito de vivenciar tudo". 

Que pedagoga encantadora! Relembro o que ela disse: "Levou um mês para as crianças baixarem a resistência"(...) "A resistência dos meninos foi maior". 

Pergunto: com que direito se expõe uma criança a uma pressão dessas? Isso é tão brutal que não deveria ser feito ainda que os pais dessas infelizes crianças tivessem autorizado. Que problemas psicológicos essa pedagogia ditatorial pode causar nas crianças?

E o que quer dizer Edna Telles com a frase: "Crianças têm o direito de vivenciar tudo". É mesmo? Dá para aprofundar? Será que nossa cara pedagoga é capaz de entender as últimas consequências de sua tenebrosa afirmação?

Lembremos que a vergonhosa experiência feita nessa escola de periferia foi realizada sem que haja lei que a ordene. Foi feita por puro entusiasmo ideológico.

Mais uma questão: e os pais? E se eles objetarem? Afinal são eles os maiores responsáveis pela educação de seus filhos.

Daniela Auad, outra "educadora" já citada nos dá a resposta. Ela afirma que não é porque os pais possam ter resistências que o assunto não deva ser discutido na escola. Faz uma comparação:

"Há pais que não gostam da idéia da escola usar uniforme. Mas a escola deixa de pedir uniforme por causa disso? Nãol. Há uma série de coisas que a escola defende e os pais não, e porque na questão da discriminação de gênero ela tem que ceder? Por que as crianças são estimuladas a pensar em algumas coisas, mas não em relação a isso? Os pais não podem ser álibi para não tratar do assunto desigualdade". (7)



Aí está a pequena ditadora. "A escola não deve ceder", diz dogmaticamente. Ela simplesmente afirma que a escola deve ser dominada por pessoas iluminadas que sabe melhor do que nós o que é bom para nossos filhos.

Todos os totalitários te saúdam, Daniela.

Notas:

1. Este artigo foi escrito em 2014. A experiência com alunos começou em 2011. Haddad, então ministro da Educação, hoje fica incomodado em tocar no tema. Sucede que o programa do PT para eventual governo afirma claramente que a política LGBT e a ideologia de gênero devem ser aprofundadas e protegidas.  
2. Os filósofos da educação personalizada discutem o assunto.Ex: Victor Garcia Hoz, Educación Personalizada, Rialp, Madri, 1986.
3. Aqui está o ponto: o que não é natural nas diferenças entre homens e mulheres?
4. Para serem discutidas ou impostas? E a partir de que idade? No colegial ou já com crianças, como nossas ideólogas defendem?
5. Francamente professora Nana, é isso o que prega a ideologia de gênero? Vocês não dizem que ser homem e mulher é uma construção histórica? Para que isso? Para ter menos oposição? 
6. Pois é. Quem será que propagou que ser mãe ou cuidar da casa é vergonhoso? Ou que a mulher que cuida do lar não trabalha? Ou que dirigir um trator é mais importante que educar bem os filhos?
7. Os melhores filósofos da educação defendem que uma boa escola tem que ser construída sobre três pilares: pais, professores e alunos. Nesta ordem.